Há uma coincidência histórica sobre a qual ainda não se teorizou a contento, mas que é inegável à luz dos fatos: sempre que a seleção brasileira empolgou o povo, o Athletico fez um timaço.
Começou pela seleção de 1950, que atropelava rivais como o contemporâneo Furacão. Vinte anos depois, os 4 a 1 da Canarinho na final contra a Itália foram replicados semanas depois por Sicupira e cia. Mesmo os escretes brilhantes, mas derrotados de 1982 e 2006 ergueram-se e tombaram no mesmo passo de times históricos do CAP.
Uma tradição que começou em 1958 quando um vento de modernidade civilizatória soprou no país. Entre agosto e novembro, enquanto ao som da bossa-nova o país via a ascensão de Juscelino Kubistchek, o Athletico enfileirou vitórias e conquistou de ponta a ponta o título.
Um time que tinha o lendário Geraldino, meu futuro colega e ídolo Boluca, os craques Sano e Tocafundo, o ponta de lança Gaivota e o ponteiro Isabelino. E os gols decisivos do elegante e implacável artilheiro Taíco.
O centroavante foi o símbolo da era do café no do futebol local; quando no embalo da commodity os times do norte do estado revelavam e mantinham os principais craques locais.
Taíco surgiu no Clube Atlético Monte Alegre, de Telêmaco Borba. Foi artilheiro do paranaense em duas temporadas (1952 e 1955) e durante anos titular da seleção paranaense, instituição importante naqueles dias.
Chegou ao Athletico em 1957 para ser a peça que faltava no time curiosamente comandado por uma comissão técnica tripla formada pelas lendas Caju e Jackson e pelo diretor Pedro Stenghel Guimarães para fazer história na Baixada.