Aderbar Melo dos Santos Neto nasceu em Campina Grande (PB), mas aos 11 anos mudou-se com os sete irmãos para Cabaceiras, a mais cinematográfica cidade brasileira. Pela paisagem exuberante e menor média de chuvas do país, Cabaceiras é cenário de dezenas de filmes, como "O Auto da Compadecida", e ganhou o apelido de "Roliúde Nordestina".
Seu filho mais notório, no entanto, não é performático e canastrão como alguns colegas de profissão. O goleiro Santos é frio, quieto e regular debaixo das traves.
Uma vez, cobrado para falar mais, disse o suficiente para explicar seu jeito de ser. "Tem muita gente que fala e não faz. Eu prefiro fazer e não falar". Eis tudo.
Mesmo sendo o protagonista de um viral ao usar um celular durante um jogo na Baixada, em cena que revoltou torcedores e ganhou o mundo até que se descobriu ser uma ação contra o uso do celular no volante. A peça ganhou todos os prêmios publicitários possíveis, e Santos fez sua parte para tornar o trânsito tão seguro quanto sempre foi na meta rubro-negra.
Ele chegou ao CT do Caju em 2008, aos 18 anos, e se destacou no time que chegou à final da Copa São Paulo do ano seguinte. Estreou no profissional em 2011 e jogou alguns campeonatos com o time sub-23. Humilde e muito paciente, soube esperar sua vez, que só chegou depois de oito temporadas, a maior parte como suplente de Weverton.
Em 2018, foi decisivo na campanha da Sul-Americana e ainda mais na da Copa do Brasil do ano seguinte, defendendo dois pênaltis no Maracanã na decisão antecipada do título. Ao todo, Santos jogou 258 partidas com a camisa rubro-negra, tendo conquistado mais uma Sula, uma Copa Levain e três Campeonatos Paranaenses.
Seus anos de Furacão o levaram para os Jogos Olímpicos de Tóquio, onde foi decisivo para a conquista da medalha de ouro brasileira. Um arqueiro histórico e campeão.