Em maio de 1983, vestindo sua camisa listrada em negro e gris, Roberto teve a maior atuação de um goleiro atleticano desde a era Caju. Mas só porque, com oito defesas difíceis, Roberto parou um poderoso ataque do São Paulo comandado por Careca e colocou o Athletico numa inédita semifinal de Campeonato Brasileiro.
Precisávamos de um empate e vencemos por 1 a 0, gol de Assis.
Vi o jogo na televisão e afirmo que naquele tempo Roberto era a instituição mais confiável do mundo: coragem dos soldados bombeiros e solidez dos bancos suíços. Aos cinco anos, já havia entrado em campo com ele duas vezes na Baixada – emoção maior – e se me perguntassem o que eu queria ser na vida, diria que queria ser o Roberto.
Ele chegou ao Athletico em 1978. Revelado no Santos, foi contemporâneo dos últimos dias de Pelé. Aqui, foi treinado por Sicupira e viu do banco o dia de fúria de Ziquita e a famigerada decisão por pênaltis daquele ano. Depois de uma rápida saída, voltou ao Furacão em 1981. Com “apenas” 1,85, era frio e arrojado. Seguro e espetacular, foi o arqueiro titular na conquista do ensolarado título paranaense, mesmo sob a sombra do ótimo Rafael.
Em 1983, o auge. No Brasileirão em que os maiores craques de uma geração brilhante ainda jogavam no Brasil, foi eleito o melhor jogador com a média de 8,41 na “Bola de Ouro", prêmio da Revista Placar.
No ano seguinte, Roberto foi para o Vasco, passou a usar o sobrenome, ganhou outra Bola de Ouro e jogou na seleção. Em 1987, voltou para o Furacão e encerrou a carreira três anos depois.
O que fica, porém, são os dias mágicos do “mão de anjo” em nosso arco, ele que sempre diz que tem, como nós, um coração atleticano. E quando eu finalmente crescer ainda quero ser Roberto Costa.