Paulo Miranda é atleticano desde que ganhou uma camisa rubro-negra do pai nos anos 1980. Com ela, Paulinho brilhava nos campos do bairro do Xaxim, mas apenas após o trabalho, já que ele e seu irmão catavam papel e material reciclável nas ruas da zona sul de Curitiba. Aos 11 anos, foi descoberto em um torneio escolar e levado para o Pinheiros.
Na base pinheirense, destacou-se e chegou à seleção brasileira juvenil. Morou na sede do Boqueirão até 1989, quando surgiu o Paraná Clube. O meia ambidestro, que cobria todo o campo, tornou-se o xodó da nova torcida até que, em janeiro de 1997, o destino o levou para o seu clube do coração pela primeira vez.
Em uma negociação inesperada, Paulo Miranda e seu amigo de infância Perdigão foram anunciados no Athletico após terem sido vendidos ao Servette da Suíça. A torcida rubro-negra comemorou o “chapéu” nos rivais. Por coincidência, a estreia foi contra o Paraná Clube, numa noite de portões abertos no Pinheirão e Paulo Miranda brilhou. No mesmo estádio, semanas depois, Paulo Miranda marcou um gol antológico contra o Vasco, pela Copa do Brasil.
No ano seguinte, foi um dos líderes técnicos na conquista do título paranaense de 1998, um marco para a torcida e ponto alto de sua passagem pelo Athletico. No final do ano, foi vendido por quatro vezes o valor que o clube havia pagado e sua história atleticana já era das mais bonitas.
Contudo, há um segundo ato em sua trajetória. Em 2016, ele retornou ao clube como auxiliar das categorias de base. Com o tempo e o bom trabalho, ganhou a confiança da direção até ser chamado para ocupar a posição de gestor esportivo, cargo criado especialmente para ele pelo presidente Mário Celso Petraglia.
Como gestor do vestiário atleticano, Paulo Miranda participou ativamente das conquistas das duas Copas Sul-americanas de 2018 e 2021, e da Copa do Brasil de 2019. No dia da final da Copa Libertadores em 2022, foi encarregado de levar a taça para dentro do gramado, algo que o garoto atleticano do Xaxim só podia sonhar em fazer.