Coronel do Exército Brasileiro, Rubens Passerino Moura era médico obstetra e ginecologista, além de diretor do Hospital Militar de Curitiba. Falava grosso e não escondia que andava armado.
Em 12 de dezembro de 1969, assumiu a presidência do Athletico em momento de grave crise financeira e numa desconfortável fila de títulos prestes a completar 12 anos.
Nem ele mesmo imaginava tudo o que conseguiria fazer e conquistar na direção do clube nos dois anos seguintes: o saneamento das contas, o aumento do número de sócios em quase 5000% e a conquista de um dos títulos mais importantes da história.
A primeira medida foi obtida ao bater às portas do Palácio Iguaçu para conversar com o então governador Paulo Pimentel. Ele ofereceu as chaves do clube como garantia de um empréstimo e prometeu uma faixa de campeão ao político atleticano no final do ano.
Para aumentar a renda permanente, criou uma campanha para angariar novos sócios, espalhando urnas pela cidade, inclusive na Boca Maldita. A campanha mexeu com os brios da rapaziada e o Athletico passou de 200 para 10 mil sócios (muito provavelmente alguém da sua família atleticana tem uma carteirinha dessa época).
Para alcançar o título tão sonhado pelo povão, como bom obstetra, muitas vezes usou o fórceps. Bateu o coturno para garantir que o Atletiba do turno fosse na Baixada, contra a vontade do rival, da imprensa e da federação. O Furacão ganhou por 1 a 0, gol de Zé Leite, em vitória fundamental para a campanha vitoriosa.
No final, o Coronel Passerino Moura deu o respaldo necessário para Sicupira e os demais conseguirem vencer o campeonato e pôde dar a faixa ao governador como prometera. Por essas razões, deixou seu nome na história rubro-negra.