Eu vi o primeiro gol de Pablo com a camisa do Athletico. De cabeça, no Ecoestádio, gol da cidade, em 2011. No ano passado, vi ele comemorar o seu centésimo gol. Em Paranaguá, um dos três marcados contra o mesmo Rio Branco velho de guerras.
O mundo deu várias voltas entre um jogo e outro, mas algumas coisas parecem nunca mudar: nós na arquibancada e Pablo no ataque do CAP. Quer dizer, nem sempre.
Apesar de ajudar muito na bola aérea defensiva, Pablo só não jogou de zagueiro, nem de goleiro. Depois da estreia, foi usado de lateral pelo folclórico Juan Ramón Carrasco. Em outras vezes, foi meia e volante. Atualmente é uma das alternativas para ser o homem da “zona 14”. Ele vai tirar de letra, pois já circulou por todas as zonas. Do campo, é claro, e sempre se vira bem.
Trata-se de um “piá do Caju” puro-sangue, vindo da região de Londrina como muitas das nossas grandes revelações. Quando tinha 21 anos, foi emprestado para testes no Real Madrid B e ficou meia temporada por lá.
Sua passagem pela Espanha Madrid é ironizada por alguns, pois no futebol, fazer estágio na maior organização mundial não conta pontos. Ou você é o GOAT ou é um perdedor. Ele não ficou por lá, mas é claro que foi importante para a evolução como jogador (e rendeu boas fotos), o que mais dá para pedir?
Muito jovem, Pablo esteve na campanha do rebaixamento em 2011. Maduro e com a camisa 5, foi o goleador do ano de 2018 e artilheiro decisivo da campanha do nosso primeiro título continental. Fez gols nas duas finais da Sul-Americana e em outros jogos importantes. Comemorou com a torcida no McDonald's. Empenho, gols e compromisso com a camisa rubro-negra nunca faltaram, mesmo assim parte da torcida o contesta.
De minha parte, acho que eventuais deslizes dentro ou fora de campo o humanizam. O tornam gente nossa. Meu palpite é que Pablo Felipe Teixeira, jogador histórico do Furacão, terminará a temporada do centenário entre Guará e Paulo Rink. Ou seja, em 8º na lista dos maiores artilheiros da história do clube.