Fiordemundo Marolla Júnior – que nome, senhoras e senhores -- chegou ao Athletico em 1985 e fechou o gol na campanha do último título na primeira encarnação da Baixada.
No interessante campeonato de 1986 (não fomos à fase final por saldo de gols), ficou mais de 600 minutos sem levar gols. Em 1987, deixou Roberto Costa no banco e, no ano seguinte, atingiu o auge da carreira.
No primeiro semestre, foi o goleiro do time campeão paranaense com o antológico gol de Manguinha no Pinheirão. No segundo, naquela Copa União em que toda partida empatada era decidida em disputas de pênaltis, Marolla defendeu 17 das 44 cobranças contra a meta rubro-negra.
Um aproveitamento lendário de 40% na defesa de pênaltis. Estudava os cobradores e foi o goleiro que mais pegou pênaltis no país. Assim, garantiu os pontinhos extras que nos livraram do rebaixamento. Numa única decisão contra o Galo, no Mineirão, no dia 15 de dezembro, defendeu quatro cobranças.
Seu paroxítono sobrenome italiano tinha a sonoridade perfeita para os locutores de rádio, e nós, piás que jogavam pelada no gol, repetíamos a cada defesa: "Maroooolla!".
Dois anos depois, foi goleiro em outro pôster de título, desta vez no Couto Pereira. Apesar do ótimo campeonato, havia falhado no jogo final e foi salvo pelo gol contra de Berg. Marolla hoje tem uma escolinha e realiza ações sociais em Jaú (SP), de onde sempre acompanha o Athletico.
Em seis anos na nossa meta, marcou época com sua colocação precisa, seu cabelo pega-rapaz, suas camisas de cores sóbrias e defesas milagrosas. Ídolo de uma geração.