O triênio em que Manoel Aranha presidiu o Athletico foi o mais agitado dos primeiros 25 anos do clube. Sob sua gestão, o clube aceitou a inevitável profissionalização do futebol e contratou grandes jogadores de outras praças, como os craques Lupércio e Lilo, e estrangeiros como o meia Aveiros, da seleção do Paraguai.
Somados à base de craques locais, o time foi campeão estadual de 1943, vencendo o Coritiba pela primeira vez em uma decisão. Título comemorado com estilo em festas em que foi criada uma música em sua homenagem, que serviria de inspiração ao hino oficial.
No ano seguinte, o Rubro-Negro ficou a um ponto do título e Maneco Aranha brigou fisicamente com o Major Couto Pereira, presidente do Coxa, em razão da indefinição do local de um Atletiba de juvenis, episódio que acirrou a rivalidade Atletiba para o nível de guerra civil permanente que temos até hoje.
Com a base do super time que anos mais tarde seria chamado de Furacão, voltou a conquistar o título em 1945, batendo outra vez o Coritiba em jogos peleados. Surpreendentemente, o presidente renunciou ao cargo alegando indignação com as cenas de violência vistas nos jogos finais.
Homem da alta sociedade, o gaúcho dirigiu a Federação Paranaense de Futebol entre 1946 e 1948 e foi candidato a prefeito da cidade que o acolheu. Maneco era irmão mais novo de Oswaldo Aranha, prócer da diplomacia brasileira, um dos responsáveis pela criação do estado de Israel e que dá nome a clássico da culinária nacional: o filé com muito alho, batatas e farofa de ovos criado no restaurante Cosmopolita, no Rio.
Fica, pois, o desafio aos chefs atleticanos em criar um prato que esteja à altura da importância histórica do maior nome da célebre família, o inesquecível presidente Maneco Aranha.