Na tabela do gráfico com a função “gols x jogos importantes” na lista de goleadores do centenário rubro-negro, Luisinho Netto está entre os primeiros. O lateral-direito, na pia batismal Luís Idorildo Netto da Cunha, gostava de fazer gol em jogo grande.
Nas Libertadores em que jogou, em 2000 e 2002, fez seis gols e, portanto, é um dos maiores artilheiros do clube na competição, empatado com atacantes lendários como Vitor Roque, Marco Ruben e Lima. Coube a Luisinho, aliás, a honra de marcar o gol que abriu a contagem do 3 a 0 contra o Alianza Lima no Peru, no primeiro carimbo em nosso passaporte.
O gaúcho de Cachoeira do Sul chegou no Furacão em 1997 para ser campeão paranaense de 1998, 2000 e 2001, além da Seletiva de 1999. Exímio cobrador de faltas, às vezes jogava na lateral esquerda, o que não era um problema, pelo contrário. O chute de Luisinho era tão oblíquo e dissimulado que não raro seus “chutamentos” de pé trocado viravam gols, em bolas tão venenosas que mesmo sem tocar em ninguém matavam os goleiros.
A partir de 1998, tornou-se o maior carrasco dos coxas de sua geração. A bela marca de 7 gols em 17 partidas tornam Luisinho Netto, um dos goleadores históricos do clássico.
Dentre estes gols, meu preferido é o terceiro tento do segundo jogo das finais de 1998. Aos 9 do 2º tempo, coube a ele a cobrança de um pênalti. Em tese, é a condição mais favorável para o finalizador, livre e com visão total da meta. Mas o goleiro rival rebateu e a bola voltou para Luisinho, agora em circunstância desfavorável: alta, marcada e na perna ruim. Pois ele emendou um voleio cruzado de canhota para depositar a bola no ângulo.
Assim, à sua maneira, o lateral confirmou um sentimento geral do povo atleticano desde o tempo que os irmãos Marrecos fustigavam os Coxas: se não for sofrido, não é o Athletico.