Aparecido Francisco de Lima entrou para a história do Athletico na categoria de "herói improvável". Afinal, em 100 anos de renhida rivalidade, foram poucos os jogadores que vieram do maior rival para o Furacão, ou vice-versa, e conseguiram se tornar ídolos no novo clube. O centroavante de passadas largas e ritmadas é um desses raríssimos casos.
Em 2005, Lima foi contratado sob a desconfiança total da torcida rubro-negra. O ranço, porém, foi se dissipando a cada participação na extravagante campanha que levou o clube à final da Libertadores naquele ano. Lima marcou seis gols, todos decisivos em jogos inesquecíveis.
Na fase de grupos, com o gol da vitória no último minuto contra o América de Cali. Nas oitavas de final, com gol e assistência no jogo de ida e o gol salvador no jogo da volta contra o Cerro Porteño. Nas quartas, contra o favorito Santos, fez o gol da vitória por 3x2.
Ele ainda guardou dois gols na partida de volta da semifinal, contra o Chivas, no mítico Estádio Jalisco, em Guadalajara, no México. O segundo, que garantiu a vantagem conseguida em casa, foi um golaço antológico numa arrancada em que ludibriou a defesa mexicana com a falsa impressão de lentidão, numa sequência de dribles desconcertantes até o arremate inapelável contra a meta do goleiro Alfredo Talavera.
Quem estava no segundo jogo da finalíssima no Morumbi, contra o São Paulo, não entendeu por que Lima não cobrou o pênalti que poderia ter mudado o curso da história da civilização ocidental, visto que ele tinha sido o responsável pela última cobrança que acabou sacramentando o título do Furacão contra os rivais locais naquele ano.
No Atletiba do Campeonato Brasileiro, marcou o gol relâmpago e provocou a torcida adversária com uma divertida comemoração. Lima ainda voltaria ao clube em 2009; porém, sem o mesmo brilho da inesquecível passagem anterior.