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Kleberson, o xaropinho  

Por
Sandro Moser, especial para UmDois Esportes
22/02/2024 00:01 - Atualizado: 21/02/2024 15:37

Zequinha, lendário técnico de base, o viu jogar uma pelada qualquer e pediu para que ficasse no Athletico para a Taça Belo Horizonte de 1998. Nascido em Uraí, criado em Ibiporã, no norte do Paraná, Kleberson nunca foi o principal craque da base do PSTC, clube onde começou. Mas os bons treinadores sempre perceberam que ali o negócio era bem mais embaixo. 

Rápido como um lateral, inteligente como um meia. Ambidestro de tanto “chutar parede” em casa, tinha força e recursos para fazer o jogo de área a área. Um gol na Copa São Paulo de 1999 (aquele que só o Pelé não fez) ligou o alerta geral. À medida em que ele foi entrando nos jogos do time principal, as expectativas eram superadas. Fez parte do grupo campeão da Seletiva e dos títulos estaduais de 2000 e 2001. 

Na estreia da campanha do título brasileiro, fez um luxuoso gol de falta. Desde então, teve a mais extraordinária trajetória de um jogador formado na base atleticana. Regeu o 3-5-2 campeão, ganhou a Bola de Prata e impressionou Felipão, que o convocou para a reta final de preparação para a Copa do Mundo de 2002.

Chegou, fez gols e ficou na lista final. No Mundial da Coreia e Japão, a seleção só embalou quando ele entrou no time. Na finalíssima, construiu a jogada do gol do pentacampeonato.

Como a inveja é motor do mundo, teve gente que nem comemorou em Curitiba. O Athletico tinha uma tradição de ter campeões mundiais no elenco – Bellini, Djalma Santos, Zequinha e Brito –, mas foi a primeira vez que alguém jogando num time local foi titular e campeão.

Seguiu no Furacão protegido por seguro astronômico esperando a proposta certa. Ela veio em 2003, num caminhão de libras do Manchester United. Kleberson foi apresentado no mesmo dia que Cristiano Ronaldo. Ele era o grande nome, enquanto o gajo era a aposta.

Pelo que jogou e venceu com a camisa rubro-negra e canarinho, Kleberson é patrimônio imaterial do futebol brasileiro. Ele ainda voltou ao CT do Caju em 2011, sem brilho, em temporada para ser esquecida. Independentemente disso, o nosso “xaropinho” do penta é um orgulho da nação atleticana e um esculacho eterno sobre os rivais.

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