A disputa entre Athletico e Flamengo tomou as páginas esportivas dos jornais durante meses. Era rolo dos grandes que foi resolvido à maneira de Salomão.
Kelly ficou um pouco no Flamengo e depois veio para Curitiba, onde ficou exilado no CT do Caju à espera de sua alforria. Quando vi seu primeiro jogo no Pinheirão, em 1998, deu para entender o porquê valeu a pena comprar mais essa bronca.
Clesly Evandro Guimarães jogava muito bola. Técnico e elegante, foi um caso de atacante que virou meia, como já tinha acontecido com Assis. Futebol classudo era um denominador comum entre os dois, aliás.
Nos dois anos seguintes, foi um dos vértices do quadrado que unia quatro ventos mágicos soprando por vitórias históricas. Adriano jogava o campo todo, Lucas era pura explosão artilheira, Kléber um artista do gol e Kelly era a cabeça pensante.
Com a camisa do Atlético, Kelly conquistou quatro títulos: os Paranaenses de 98 e 2000, a Copa Paraná de 98, além da Seletiva 99. Em 2000, teve importante participação e fez um dos gol na primeira partida do clube na Copa Libertadores.
Saiu no começo de 2001. Voltou para se aposentar no clube em 2008 e ainda fez parte da comissão técnica campeã do ciclo vitorioso 2018-2019.
Uma placa na Baixada eterniza seu grande momento com a camisa rubro-negra. Na semifinal do paranaense de 2000, Kelly ganhou na corrida e no corpo de um zagueiro rival, deu uma “proto-cirineta” que deixou o beque sentado e cruzou de letra para o golaço antológico de Lucas.
Um legítimo Kelly que tinha intimidade e modos refinados no trato com a bola.