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Joanino, o “Vaca Braba”

Por
Sandro Moser, especial para UmDois Esportes
28/02/2024 00:01 - Atualizado: 28/02/2024 16:49

No início de 1940, o Athletico sabiamente trouxe para suas fileiras o meio-campista Joanino Beviláqua que havia se destacado no rival Britânia nos anos anteriores.

Folheando os jornais da época, raras são os relatos de partidas que não destacam a entrega de Joanino em campo, com palavras como "ardor" e "valentia" tão apropriadas para um jogador do “time de raça”.

Joanino era tão voluntarioso que, depois de um Atletiba por nós vencido em 1941, a coluna satírica "Respingos", do Correio do Paraná, apelidou-o de "Vaca Braba". Quem já viu ao menos vídeos da corrida de touros em Pamplona, na Espanha, entenderá a analogia. 

Devido à velocidade e energia, no começo da carreira, ele até jogou como ponta no esquema tático “diagonal” que era uma variação brasileira do WM vigente no resto do mundo. 

Aqui, os times jogavam com dois zagueiros, um meio-campista central (médio-volante) e dois meio-campistas em cada lado (equivalentes aos laterais atuais), além de cinco atacantes: dois ponteiros, um centroavante, um meia-armador e um ponta de lança. 

Foi na linha média direita que Joanino se firmou na seleção paranaense e no Athletico; correndo o campo inteiro o jogo todo e marcando às vezes seus golzinhos. No CAP, foi campeão em 1940, 1943 e 1945 e deu sangue e suor para uma das décadas mais felizes do centenário. 

Em dezembro de 1941, o técnico Ademar Pimenta da então CBD o convocou, ao lado da lenda Caju e de um jogador rival chamado Tonico, para compor o grupo que se prepararia para o Campeonato Sul-Americano do ano seguinte. Naquele tempo, a seleção treinava na estância de águas termais e gêiseres de Caxambu (MG), na Serra da Mantiqueira.

Detratores, que sempre os há, dizem até hoje que o presidente Rubro-Negro Manoel Aranha falsificou o telegrama da convocação pois, na verdade, havia sido convocado um jogador da mesma posição e nome parecido do Coritiba. 

Falso. Tanto que depois dos treinos em Minas, Tonico foi cortado e Joanino e Caju seguiram para o Uruguai como "scratchmen". Caju foi titular e Joanino chegou a entrar em campo durante a goleada de 5 a 1 sobre o Equador.

Assim, o “Vaca Braba” foi o primeiro jogador de linha do futebol paranaense a vestir a (ainda branca) camiseta da seleção brasileira ao lado de alguns dos maiores craques da história como Zizinho e Pirillo.

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