Hoje parece improvável, mas houve um tempo em que os clubes do Norte Pioneiro do Paraná, apoiados em milhares de sacas de café, enfrentaram os times da capital. O mais lembrado é a Esportiva de Jacarezinho, que teve quatro “grandes safras” entre 1950 e 1954, sendo vice-campeã em dois anos e terceira colocada nos demais. Foi no elenco da Esportiva que despontou o habilidoso meia Geraldino, que já tinha tido uma breve passagem pelo Botafogo, do Rio de Janeiro.
Geraldo Damasceno chegou ao Athletico em 1957. Um ano depois, foi um dos destaques da conquista do Paranaense, ao lado de Tocafundo e Taíco, seu único título como jogador pelo Rubro-Negro e o último do Furacão até o longínquo ano de 1970. Encerrou prematuramente a carreira por uma contusão no menisco, hoje banal, mas que em seu tempo era como sentença de morte na carreira de um atleta.
A partir dos anos 1960, o destino de Geraldino se entrelaçou ao do Athletico, fazendo de tudo um pouco na vida do clube. Mas foi como treinador que ele marcou sua passagem no clube, assumindo várias vezes o cargo como técnico interino.
Em 1982, ele montou o esquadrão que ganhou lindamente o título estadual e no ano seguinte quase foi campeão nacional. Sua grande contribuição foi achar o posicionamento perfeito do Casal 20, Washington e Assis.
Depois de sentar-se no banco de reservas, Geraldino também atuou como supervisor do time campeão estadual em 1990 e técnico uma última vez em 1992. No final da vida, Geraldino se emocionava quando falava do Athletico, uma paixão que passou aos filhos torcedores célebres do clube.