O alagoano Flávio Emídio dos Santos Vieira foi uma das gemas garimpadas pelo então diretor de futebol Farinhaki na montagem do time do segundo semestre de 1995, para muitos, o ano 1 do novo Athletico.
Revelado pelo CSA, chegou ainda muito magrinho à Baixada, porém jogou e muito bem nas primeiras rodadas da Série B. A chegada de Ricardo Pinto, o levou ao banco de onde comemorou no final do ano seu primeiro título no CAP.
A oportunidade de jogar podia ter chegado na reta final da Série A do ano seguinte, após a violência sofrida por Ricardo Pinto nas Laranjeiras, mas o técnico Evaristo de Macedo preferiu o experiente Ivan.
Nessa, o genial treinador foi mal, pois quando a chance chegou no ano seguinte, Flávio a aproveitou para se consagrar como o arqueiro mais vezes campeão pelo Athletico.
De todas as finais que disputou pelo Furacão, só não venceu uma, a Copa Sul-Minas de 2002. Flávio foi campeão paranaense em 1998, 2000, 2001 e 2002, da Seletiva em 1999 e do Brasileiro Série A em 2001. Pela agilidade, reflexo e frieza, recebeu do jornalista Carneiro Neto o apelido de “Pantera Negra”.
Em todos os títulos, Flávio fez defesas impossíveis, mas algumas são lendárias, como a tapada em cima da linha que virou contra-ataque de gol contra o Paraná Clube em 2001. Enquanto guardou a meta rubro-negra, viu o clube se transformar: os treinos passaram do Farinhacão para o CT do Caju, a hegemonia local foi recuperada, vieram os títulos nacionais e a Baixada virou a Arena.
Após uma temporada de lesões em 2002, Flávio saiu do clube, mas mesmo depois de rodar por clubes malquistos pela torcida, nunca perdeu o status de goleiro das grandes conquistas. Em 2023, depois de um jogo da Copa do Brasil em Maceió, Bento deu um par de luvas autografas para Flávio como reconhecimento do lugar do Pantera na tradição de super goleiros rubro-negros.