Após desfazer o time campeão brasileiro, lá por 2003, o Athletico engatou uma "conexão-Colômbia", cujo artífice era o "olheiro" Borba Filho. Entre bons e nem tanto, quase uma dezena de jogadores chegaram do país vizinho, mas só um craque: David Arturo Ferreira Rico.
Ferreira tinha comido a bola na vitória por 3 a 1 do América de Cali contra o Furacão na fase de grupos da Libertadores de 2005, com um gol e duas assistências. Antes, tinha sido campeão da Copa América de 2001 pela Colômbia e já era tricampeão colombiano com a camisa escarlata. Ferreira chegou a Curitiba durante as finais da Libertadores de 2005.
Se tivesse chegado antes, a história poderia ser diferente, pois ele fez seus dois primeiros gols na vitória por 4 a 2 contra o São Paulo, pelo Brasileirão, quando o Tricolor enfim enfrentou o Caldeirão depois da fuga nas finais da Liberta.
A partir dali, Ferreira foi o principal jogador do meio de campo rubro-negro entre 2005 e 2008, quando fez 179 partidas, deu 42 assistências e fez mais 39 gols. Alguns históricos, como o da última virada no épico 6 a 4 contra o Vasco em 2006 ou no Atletiba fora de casa em 2008.
Quatro anos de carreiras imparáveis, dribles desconcertantes e entrega absoluta do azougue de Santa Marta, La Perla de América, a cidade mais antiga da Colômbia. Foi lá onde morreu o libertador da América, Simon Bolívar, bem perto da cidade de Aracataca, inspiração ao clássico "Cem Anos de Solidão", de Gabriel José García Márquez.
Ferreira não ganhou títulos, mas foi decisivo na arrancada que garantiu a permanência na Série A em 2009. Depois, foi jogar no Dallas, parceiro do Athletico nos EUA, e foi eleito o jogador mais valioso da MLS.
Com todo respeito a Ibarrola, Lucho, Marco Ruben, Canobbio e, principalmente, Terans e Aveiros, Ferreira foi o gringo que mais jogou bola com a camisa rubro-negra.