A influência onipresente de Carneiro Neto na imprensa esportiva do Paraná não tem precedentes. Carneiro faz tantas coisas há tanto tempo em tantas linguagens diferentes que falar no jornalismo local sem mencioná-lo é quase tão difícil quanto sintetizar sua biografia.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu e conheceu a bola em Guarapuava, virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964, e chegou a Curitiba no ano seguinte para estudar no Colégio Estadual e se formar, tempos depois, na Faculdade de Direito de Curitiba.
Jornalista nato, trabalhou em todos os canais de televisão ativos e extintos da cidade. Em jornais, idem, com destaque para décadas de crônicas diárias na Gazeta do Povo. No rádio, foi o melhor de seu tempo.
Passou por todas as emissoras como repórter, narrador, comentarista e, muitas vezes, chefe da coisa toda, como nos bons tempos da B2 dos anos 1970. Ou nos prefixos que criou no final dos 90, a Banda B e a CBN, onde ainda faz um comentário diário. Desde o ano passado, participa com seu amigo Augusto Mafuz de um podcast no UmDois Esportes, o Carneiro & Mafuz, sucesso de audiência.
Publicou oito livros sobre futebol e suas circunstâncias dos quais aponto como essenciais “Atletiba – A Paixão das Multidões” (1994) e “É Disso Que o Povo Gosta” (2019), dois best sellers, o último com seu famoso (e plagiado) bordão no título. Com justiça, foi eleito para a Academia Paranaense de Letras em 2016. Portanto, é um imortal.
Melhor contador de histórias da cidade, Carneiro é um daqueles “homens-biblioteca” que guarda a memória de seu tempo na ponta da língua ferina. Inteligente, culto, com humor fino e costumes de “haute gomme”, Carneiro é o melhor personagem de seus efabulativos.
E com o passar dos anos foi se revelando o “segredo” que todo mundo sabia: também é um grande atleticano e participou da história do clube nos mais diversos sentidos e momentos.
Como ele mesmo diria, é um privilégio ser contemporâneo de Carneiro Neto.