“Uma vez Athletico, sempre Athletico”.
Foi com esta frase que Arcésio Guimarães encerrou uma discussão entre alas opostas descontentes com a criação do novo clube em 26 de março de 1924, em Curitiba. A frase, doravante, virou a epígrafe da história atleticana, ainda que tenha sido adaptada para falar de outros clubes de outras praças décadas depois.
Arcésio era sobrinho-neto do Visconde de Nácar, nascido em Paranaguá. Quando subiu até a capital, encantou- se com o Internacional, clube fundado por seu tio, Joaquim Américo Guimarães. Seu primo, Claro Américo também seria presidente do CAP nos anos 1940.
Desde as primeira tratativas para a reunião dos grupos internacionalistas e americanos, Arcésio foi o unificador, o paciencioso, o pacificador em meio aos seus pares trepidantes. Por essas qualidades foi aclamado como o primeiro presidente do Club Athletico Paranaense.
Consta que em seu discurso de posse, falou: “Como rebento pleno de vida, deverá continuar a trajetória dos antigos rivais, rivalizando-se com seus adversários e com eles nivelar-se”. Dito, feito e superado.
Em seu mandato, além do início da saga rubro-negra, ele negociou e estendeu o período de arrendamento do terreno da Baixada com a família Hauer.
Foi um dos grandes homens de seus tempo: jornalista pioneiro da Gazeta do Povo, vereador, presidente da Câmara Municipal, da Associação Comercial do Paraná e do Clube Curitibano. Sobretudo, foi o homem certo na hora certa para unir antigos antagonistas em torno de novos cores e de uma nova ordem moral: o atleticanismo.