Tenho certeza de que o zagueiro Alfredo Gottardi Júnior faria grande sucesso no futebol contemporâneo. Formado como meia-armador em meados dos anos 1960, logo deu alguns passos para trás até a cabeça de área. Em 1969, precisou quebrar um galho na quarta zaga para ajudar o técnico (e xará) Alfredo Ramos e assim encontrou seu lugar, inicialmente fazendo dupla com o gigante Bellini.
Filho do maior jogador da história do clube, Caju, ele cresceu nos bosques da Baixada, pois seu tio, o ex-goleiro Alberto, era o gerente do estádio. Era muito habilidoso e confiante (quase marrento) no próprio taco.
Gostava de sair com a bola redonda, no chão, se preciso driblando os adversários, em um tempo em que os beques não costumavam assim proceder. Com o tempo, aprendeu os caminhos da posição do defensor e tornou-se um jogador histórico do Athletico, honrando a estirpe da família Gottardi, usina de craques e lendas da história atleticana.
Alfredo foi titular do time campeão de 1970. No time de 1972, que muitos apontam como o grande time daquela década, fez dupla com Di. Foi brilhante e só não foi soberbo, pois o gol do título que ia fazendo foi tirado em cima da linha. Em 1974, foi o destaque do time na boa campanha do Furacão no Brasileiro.
Entre idas e vindas, foram 11 anos jogando e um curto período como técnico, tempo suficiente para tirar o time do rebolo em 1980. Alfredo está em nossa história como um grande zagueiro com nome e sobrenome de craque.