Nenhum jogador representa tão bem quanto Adriano a transformação pela qual o Athletico passou na segunda metade dos anos 1990. “Gabiru” personifica, à perfeição, a ideia de “jogador semipronto”, termo que o presidente Mário Celso Petraglia usa para descrever os atletas altamente promissores em que o clube investiu e investe desde então para que concluam seu desenvolvimento esportivo e pessoal na estrutura do CT do Caju, construído, aliás, para esse propósito.
O craque alagoano foi descoberto pelo diretor Ademir Adur numa goleada de 6 a 2 que o Furacão aplicou no CSA, na Copa do Brasil de 1997. O adversário levou um chocolate, mas o CAP achou um fenômeno. Muito humilde e com dificuldade de comunicação, Adriano foi adotado pelo técnico Abel Braga e pelos líderes do elenco em 1998 para fazer a diferença em campo na conquista do título histórico. Soube recompensar muito bem a confiança de Abel oito anos depois, quando ambos estavam no Internacional e viajaram até o Japão...
Com a camisa do Athletico, Gabiru é um craque histórico, um dos maiores do centenário do clube. Jogador espetacular, Gabiru atuava em todo o campo com fôlego e tirocínio jamais repetidos. Crescia em jogos grandes, foi herói de jogos decisivos e era carrasco dos Coxas.
A imagem dele comemorando o pênalti no lance final do primeiro jogo da final de 2001 para muitos é o momento chave do maior título do clube. Antes, tinha feito o gol que valeu a conquista da Seletiva, nossa primeira taça nacional de primeira divisão.
Adriano ficou no Athletico até 2004 e chegou à seleção. Está em todas as fotos dos títulos do período – Brasileirão de 2001, estaduais de 1998, 2000, 2001 e 2002, e Seletiva da Libertadores de 1999 – e foi fundamental em todos eles. Com 65 gols, é um dos 10 maiores artilheiros da história do CAP.
No álbum de figurinhas do centenário, a do Gabiru é carimbada.