Jogadores torcedores são raros na era profissional do futebol brasileiro. O Athletico tem os seus e entre eles, Adilson Batista, o Pezão, é um dos maiores. Além de craque campeão revelado na base, foi técnico e atualmente marca presença na arquibancada da Baixada, setor superior do setor Brasílio Itiberê, sempre com sua camisa retrô réplica do fardamento de 1968.
Vindo de Adrianópolis, Adilson chegou ao Furacão em 1986 para fazer testes no time juvenil que ainda treinava no PAVOC. Sua técnica impressionou o treinador Amilton Nofke, e ele ficou. Veio para ser meia, mas virou zagueiro (uma tradição rubro-negra) pelas mãos de Levir Culpi, que o lançou, ao lado de uma geração de bons pratas-da-casa, para vencer o Torneio Início de 1987. Nesta época, Adilson começou a ser chamado para as seleções brasileiras de base e ganhou espaço no time principal.
No ano seguinte, venceu novamente o torneio início e foi um dos pilares do time dirigido por Nelsinho Batista que se sagrou campeão paranaense sobre o Pinheiros.
No jogo final, Adilson jogou heroicamente com o nariz quebrado depois de levar uma cotovelada do adversário, no qual aplicou um chapéu. Técnico, raçudo e líder, Adilson fez gols e brilhou no campeonato nacional daquele ano. A ponto de, ao final da temporada, ser negociado com o Cruzeiro, de onde seguiu sua carreira vitoriosa.
Em 2011, foi técnico do time do coração, mas a campanha não foi nada boa. Adilson pediu demissão no final de junho, na tentativa de evitar o rebaixamento, consumado no final do Brasileirão. Na época, pediu desculpas à torcida, pedido que foi devidamente aceito, pois o Adilson Pezão, além de ter sido um senhor jogador, é "gente nossa".
