Não faltam goleadas na história centenária do Athletico Paranaense. Abaixo, confira a lista com os dez jogos de placar elástico mais importantes do Furacão, com direito a polêmica sobre o conceito de goleada.
Athletico 7 x 2 Vasco - 27/07/2005
Se fosse menino, o filho da “mulher grávida” que faria gol no Vasco naquela noite histórica teria se alistado no exército em 2023.
A frase idem do técnico adversário, o folclórico Renato Gaúcho, esconde uma verdade: não havia defesa no mundo para segurar a artilharia rubro-negra naquele jogo. Paulo André, Evandro, Lima (2), o saudoso Jancarlos, Aloísio e Finazzi marcaram os gols da noite. Fora o baile na Arena da Baixada.
Athletico 10 x 0 Aquidaban – 05/05/1929
O ataque campeão invicto do time de 1929 é o melhor da história do CAP, com 41 gols em sete jogos, média de quase 6 por duelo.
Um dado, no entanto, chama a atenção: 25% destes tentos balançou o barbante do goleiro Henrique, do recém-filiado Aquidaban, uma espécie de Íbis do centro de Curitiba que desapareceu em 1931. A maior goleada da história rubro-negra teve gols de Marreco (3), Urbino (3), Levoratto (2), Rosa e Guaxupé.
Corinthians 0 x 5 Athletico – 23/05/2004
O Pacaembu foi o teatro da acachapante goleada que revelou ao país o mágico time que deu nove goleadas no campeonato de 2004. Verdadeiro chocolate em que Jadson e Dagoberto competiram para ver quem fazia o gol mais bonito.
Vitória de 3 a 2 do camisa 10 no jogo que parecia marcar a arrancada do CAP rumo ao título do Brasileirão.
Athletico 8 x 1 Iguaçu – 16/02/2008
Da minha conta pessoal, pois o rio Iguaçu é o que passa na minha aldeia. À beira de suas águas majestosas, no Antiocho Pereira que herdou as cadeiras, traves e postes de iluminação da Baixada oitentista, o time de 2008 igualou a sequência de onze vitórias do Furacão de 49.
Gols de Antônio Carlos (2), Danilo, Irênio, Netinho, Willian (ainda sem bigode), do “doutor” Claiton, e do bom Marcelo Ramos.
Athletico 9 x 2 Pinheiros – 17/06/1973
Num ano em que muito se falou de uma fusão entre os dois clubes, o Athletico sapecou o maior placar da história em derby com direito a hat-trick de Barcímio Sicupira Júnior e jornada épica do ponta Buião e do meia Sérgio Lopes, o “fita métrica”.
Gosto de pensar que esta desmedida goleada acabou com o “disse-me-disse” e manteve as coisas nos seus lugares. Ainda bem.
Athletico 3 x 0 Boca Juniors – 02/04/2019
Polêmica: 3 a 0 é goleada? Em geral, a resposta para essa grande questão filosófica do futebol é não, mas no caso da noite de gala na Libertadores contra o Boca Juniors, com triplete Marco Gastón Ruben Rodriguez abre-se ímpar exceção.
Cada gol do poeta e pescador rosarino valeu por dois e no dia seguinte a piazada rubro-negra foi para a escola com um esparadrapo preto numa das faces.
Athletico 6 x 1 no Paraná Clube – 30/05/2002
Entre as muitas humilhações impostas ao Paraná Clube, nenhuma foi tão impiedosa como a do primeiro jogo final do Supercampeonato Paranaense.
Com a base campeão brasileira mantida, nada parou a dupla Kléber, que fez um poker trip, e Alex Mineiro. Fabiano completou o sapeca iaiá. Com a vantagem, o CAP nem precisava jogar a volta, o que de fato aconteceu.
Athletico 5 x 2 São Caetano – 05/12/2004
Muita gente da minha geração elege este jogo, o primeiro após tragédia de Erechim, como a melhor partida já jogada pelo Athletico, mesmo com os dois gols sofridos.
Antecipando em décadas as inovações do jogo, o Athletico não deu a bola ao adversário e o quarto gol talvez seja o mais bem construído contra-ataque da história – sem exagero algum. Faltavam duas rodadas e o Cap tinha dois match-points...
Athletico 6 x 2 Sport – 27/10/1996
Momento auge de uma época de rara e promissora beleza, mudança de pele, um dos mais mágicos na nossa história na Baixada aumentada pelas arquibancadas tubulares. Naquela tarde ensolarada tudo parecia possível na sinergia completa do timaço dirigido por Evaristo de Macedo com a torcida.
Um concerto com gols de Oséas, Paulo Rink (2), Jorginho (2) e um tento épico de São Nowak que está no céu dos médios-volantes.
Athletico 6 x 2 Coritiba – 6/4/1938
Era uma quarta-feira e decretaram feriado (centenário da morte de José Bonifácio, o "patriarca da independência"). A 2ª Guerra Mundial escalava na Europa e, na Baixada, o Athletico impôs a maior goleada da história ao seu grande rival.
Curiosamente, nosso futuro presidente Lauro Rego Barros defendeu no segundo tempo a meta contrária, no lugar de Ary, titular coxa-branca em tarde infeliz. Quando o CAP marcou o quinto, seus torcedores foram para trás do gol: "Queremos seis, queremos seis...". Cecattinho os atendeu, fechando o placar. Antes, Catalunna, Dario, Mimi (2) e Genésio Ramalho (ele mesmo, o maestro compositor do hino do clube) já haviam marcado.
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