Futebol sem torcida não tem graça. Fato. Por isso, resgatamos dez partidas históricas do Athletico com grandes públicos, levando em consideração a capacidade de cada estádio e, principalmente, o peso de cada duelo. Confira abaixo muito mais do que uma simples lista com os maiores públicos envolvendo o Furacão.
Athletico 2 x 1 Coritiba – Pinheirão – 11/06/1998
Jogos do Athletico detém todos os recordes dos quatro maiores estádios de Curitiba. Não há crisma coletiva, visita do Papa ou do Papai Noel que mude isso. O terceiro jogo da final do Paranaense de 1998 foi o dia em que, finalmente, algo que passei a infância torcendo para, aconteceu: todos os caminhos levaram ao Pinheirão.
Naquela tarde de domingo, 44.475 pessoas viram a vitória épica e o título histórico no último ano dormindo fora de casa.
Athletico 2 x 0 Flamengo – Couto Pereira – 15/05/1983
A foto das muitas dezenas de atleticanos pendurados na torre de iluminação da Rua Mauá é o verdadeiro borderô do jogo com maior público da história do futebol paranaense.
Era o duelo da volta da semifinal do brasileiro de 1983. Ao todo, 67.391 pessoas acompanharam a vitória do Furacão por 2 a 0, no Alto da Glória. O público pagante foi de 65.491 torcedores. Um pouco menos de 7% da população da cidade na época. Um recorde inigualável.
Athletico 1 x 1 Junior Barranquilla – Arena da Baixada – 12/12/ 2018
O primeiro título continental saiu em noite recorde de público da atual encarnação da Arena. Foram 39.618 pagantes, com 40.263 presentes em nossa primeira decisão da Copa Sul-Americana.
No maior golpe de vista coletivo da história, 98% dos presentes ajudaram a tirar com o olho o pênalti para os colombianos na prorrogação. No final, o caneco merecidamente permaneceu na casa rubro-negra. Até hoje, é o maior público da Arena versão Fifa.
Coritiba 0 x 0 Athletico – Couto Pereira – 17/12/1978
O Couto Pereira também recebeu o maior público da história do confronto: 55.164 torcedores pagantes viram a finalíssima do paranaense de 1978, que foi para os pênaltis depois de inacreditáveis 270 minutos sem gols.
Só o meu conterrâneo Rotta acertou sua cobrança na decisão por pênaltis e assim o título escapou naquela estranha semana com poucos gols e muito público em três Atletibas.
Flamengo 3 x 0 Athletico – Maracanã – 12/05/1983
Com um risco mínimo e calculado de estar enganado – e me desmintam, por favor, se eu estiver – a ida da semifinal no Maracanã foi o jogo de maior público do Athletico em toda a sua história.
Foram 109 mil pessoas no velho Maracanã dos arquibaldos e geraldinos. Quase houve uma tragédia, pois, um incêndio lambeu um depósito abaixo das arquibancadas logo que o jogo começou, mas os bombeiros atuaram a tempo. A tragédia completa foi em campo, agravada pelo pênalti mandrake que decidiu o confronto.
Athetico 3 x 2 Santos Vila – Capanema – 08/09/1968
Até meu avô, que dava um porco de seu abatedouro para não ter que sair de casa, saiu de Porto Vitória para ver o super jogo entre o CAP e o Santos no Robertão de 1968. Um dos três maiores prélios já ocorridos em solos curitibanos.
Ao todo, 24.303 sortudos viram o esquadrão liderado por Djalma Santos, Madureira e Zé Roberto meter 3 a 2 no futuro campeão do torneio, que contava com quatro convocados para a Copa do Mundo de 70 em campo. Só faltou Pelé. O Rei estava gripado e não veio a Curitiba, mas nas arquibancadas não cabia mais ninguém.
Athletico 4 x 2 São Caetano – Arena da Baixada – 16/12/2001
Exatamente 31.700 pagantes foi o maior público da primeira versão da Arena da Baixada, inaugurada em 1999. Foi também o tamanho da plateia do maior jogo da história do clube e a única final de Campeonato Brasileiro jogada em Curitiba.
No dia em que aconteceu de tudo, Alex Mineiro fez três gols e decretou que no domingo seguinte ostentaríamos no peito a faixa de campeão. Eis tudo.
Athletico 3 x 0 Londrina – Joaquim Américo – 10/11/1985
Uma das mais lindas memórias de minha infância é ter invadido o campo do Joaquim Américo e tocado na taça dentro do vestiário naquela tarde em que 17.122 atleticanos lotaram as arquibancadas de tijolinhos.
Depois do jogo, 10 mil litros de chope mataram a sede do povo na praça Afonso Botelho. Não foi o último jogo do velho Joaquim Américo, mas foi o maior e marcou o fim de uma era mágica. Uma tarde de sol espetacularmente fotografada que merece virar um documentário. Depois daquele, um grande jogo na Baixada só dali a nove anos.
Athletico 1 x 1 Paraná – Estádio Janguito Malucelli – 24/11/2012
O simpático e já saudoso Ecoestádio foi a casa rubro-negra na Segundona de 2012, ampliado pelas proverbiais arquibancadas tubulares de onde quase dava para ver Guarapuava.
A maior lotação do Janguitão – uma multidão de 6.609 pessoas – viu um jogo muito tenso com direito a pênalti perdido e bola salva em cima da linha no último minuto, mas que valeu o acesso para Série A.
Athletico 1 x 0 Atlético-MG – Joaquim Américo – 01/12/1996
Houve um tempo em que arquibancadas tubulares fizeram parte da vida do torcedor atleticano. Começou em 1996 a forma possível de aumentar o estádio a fim de torná-lo proporcional ao tamanho do supertime que avançava em desabalada carreira em direção ao título nacional até o episódio das Laranjeiras.
A maior parte dos 28.039 fanáticos vibrou com o gol de Clóvis no primeiro tempo, mas a segunda pelota ainda não entrou no gol de Taffarel. Foi o fim da era Farinhacão. O próximo grande jogo na Baixada seria a inauguração da Arena, em 1999.
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