Libertadores

Torcedores do Athletico relatam jornada e experiências na altitude de La Paz

Por
Luana Kaseker
02/08/2023 21:45 - Atualizado: 05/10/2023 09:50
Torcedores do Athletico no estádio Hernando Siles
Torcedores do Athletico no estádio Hernando Siles | Foto: José Tramontin/Athletico

A experiência na altitude de uma cidade como La Paz é curiosa e única. Isso porque cada organismo reage de uma forma, cada pessoa tem sensações diferentes e, a cada dia, os sintomas podem mudar: há até quem não sinta nada.

Esta foi a jornada dos torcedores do Athletico que viajaram à capital administrativa da Bolívia para acompanhar o duelo contra o Bolívar, que terminou 3 a 1 para os donos da casa, na última terça-feira (2).

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Simone Tuleski, 47 anos, e o filho, Luan Tuleski, 26, tiveram reações diferentes nos três dias em que permaneceram na capital mais alta do mundo.

"Quando cheguei, passei bem mal. Enjoos, dor de cabeça e balinhas de coca para me ajudar. Mas nos três dias a dor de cabeça foi constante. Qualquer caminhada, ladeira, já ficamos cansados. Chegando no aeroporto, que é a parte mais alta, o nariz arde bastante", relata Simone.

Luan e Simone nas arquibancadas do Hernando Siles. Foto: Arquivo Pessoal.
Luan e Simone nas arquibancadas do Hernando Siles. Foto: Arquivo Pessoal.

"Durante o jogo, para cantar, era difícil de emendar as músicas. O fôlego faltava mesmo. Precisaria emprestar o pulmão do Canobbio para todo mundo", brincou a torcedora, que esteve pela primeira vez na cidade.

Já o filho Luan não teve nenhum sintoma anormal. Apenas cansou quando precisou fazer esforço.

"Eu não tive nenhum problema no dia a dia. Apenas em algumas subidas mais íngremes, dava uma cansada, uma sensação diferente. Durante o jogo mesmo, começava a cantar, mas dava uns dois, três minutos, eu dava uma paradinha. Mas outros efeitos eu não senti", contou.

Torcedor veterano em viagens pelo Athletico esbanja saúde

O senhor Isaías de Aquino, 70 anos, que tem viajado bastante para acompanhar o Furacão, disse que tem uma saúde boa e não sentiu nada, apenas uma ardência nos olhos na chegada à Bolívia.

Isaías de Aquino em frente a um dos morros de La Paz. Foto: Arquivo Pessoal
Isaías de Aquino em frente a um dos morros de La Paz. Foto: Arquivo Pessoal

"Eu senti pouca diferença. Só quando pousamos em La Paz, porque o aeroporto fica bem mais no alto e meus olhos arderam. De resto, caminhei, até subi as arquibancadas correndo para o jogo e ainda consegui cantar. Mas eu sempre tive uma saúde muito boa", ressaltou.

E na torcida organizada?

Já para Raphael Reis, 33, integrante da torcida organizada Os Fanáticos, a falta de fôlego acontece principalmente nos exercícios - mas também é forte para falar e cantar.

Torcedores do Athletico em La Paz. Foto: José Tramontim/Athletico
Torcedores do Athletico em La Paz. Foto: José Tramontim/Athletico

"A gente conseguia cantar algumas músicas, é complicado. Cantamos forte quando o time entrou em campo, mas já sentimos de começo. A falta de ar é forte mesmo. Seguramos, adminitramos o fôlego. A comemoração do gol foi muito louca, uma das que mais cansei", conta, sobre o tento de Erick.

"Depois paramos e respiramos um pouco. Mas como tem em várias frases pela cidade, até no estádio, eles querem jogar onde eles vivem. Faz parte, Libertadores é isso. O cansaço é mesmo quando faz esforço, subida, escada, mas respirando, já volta", explicou.

Reis ainda comentou sobre as reações de colegas e afirmou que ninguém passou muito mal, mas que alguns experimentaram o chá e as balas de coca, tradicional na cidade. "Da nossa galera, ninguém passou mal, não precisou tomar remédio. Só tomamos o chá e as balinhas de coca", finalizou.

Um relato pessoal das experiências na altitude de La Paz

Em três dias em La Paz, eu também senti poucos efeitos. No primeiro momento, ao pisar na capital boliviana, senti um pouco de pressão na cabeça e olhos e nariz ardendo.

Com o trabalho e correria no primeiro dia completo, na segunda-feira, senti cansaço, mas nada anormal. Já na terça-feira, dia do jogo, acordei com dor de garganta, boca seca e lábios cortados. Porém, o corpo pareceu mais adaptado em relação ao esforço diário da cobertura da partida.

Como cada um relatou, a experiência de estar em uma altitude tão diferente do nosso habitual, é pessoal e única.

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Formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Gestão, Comunicação e Marketing no Esporte pela Uninter. Desde 2017, atua na área de esportes como repórter da Gazeta do Povo e agora do UmDois Esportes, participando das cobertu...

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