Torcedor do Athletico envolvido em injúria racial é afastado dos estádios
O torcedor Carlos Alexandre Tonin, do Athletico, foi condenado a ficar afastado dos estádios por 5,9 anos (ou 2.160 dias) após cometer ato de injúria racial contra o lateral-direito Samuel Santos, do Londrina, em jogo realizado pelas quartas de final do Campeonato Paranaense, na Arena da Baixada.
O Athletico foi denunciado ao TJD-PR no caso e, por maioria dos votos, foi multado em R$ 20 mil por infração ao artigo 243-G, parágrafo 2º do CBJD. A decisão anda cabe recurso ao pleno do TJD-PR.
O caso ocorreu no dia 20 de março e foi julgado na terça-feira (24) pela segunda comissão disciplina do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR). Na ocasião, o jogo foi paralisado aos 30 minutos do segundo tempo, quando o Samuel iria cobrar um lateral e se aproximou da torcida, no setor Getúlio Vargas Inferior. O atleta, então, ouviu o ato racista, apontou e discutiu com Carlos Alexandre Tonin.
O advogado do Londrina e do atleta, Dr. Eduardo Vargas, pediu uma pena severa para o clube e para o torcedor, enfatizando que as penas até hoje aplicadas em situações semelhantes não surtiram efeito.
"Infelizmente a pena foi muito branda. Os auditores entenderam ocorrido não ser de extrema gravidade. Na nossa concepção, não existe modulação para o racismo. Toda ofensa desta natureza é de extrema gravidade. Não há como se medir a dor sentida pelo ofendido. Este crime precisa ser combatido e rigorosamente punido. Essa decisão vem na contramão do que tem feito a Conmebol e a CBF, que estão endurecendo e tornando as penas mais rigorosas para crimes desta natureza. Infelizmente o TJD-R não atuou desta forma", disse o advogado.
O árbitro Rodolpho Toski Marques chamou a Polícia Militar, que encaminhou o torcedor para a Central de Flagrantes do estádio. A súmula aponta que a frase utilizada pelo torcedor foi "seu preto Vera Verão".
Depois do jogo, Samuel prestou boletim de ocorrência ainda no estádio, na Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos (Demafe), da Polícia Civil. Tonin foi preso, depois pagou fiança de R$ 500 e foi solto após três horas.