Torcedor do Athletico acusado de injúria racial é solto após fiança de R$ 500
O torcedor do Athletico, identificado como Carlos Alexandre Tonin, acusado de cometer injúria racial contra o lateral-direito Samuel Santos, do Londrina, foi solto após pagar fiança.
O torcedor acabou ficando menos de três horas preso na central de flagrantes do 8º distrito da Polícia Civil do Paraná.
O delegado titular do caso estipulou uma fiança de R$ 500, que foi paga por um amigo do acusado. O torcedor e o jogador foram ouvidos na delegacia logo após a partida.
Por meio de uma rede social, o advogado da vítima e do Londrina, Eduardo Vargas, disse que o clube alviceleste prosseguirá com a situação e fará uma notícia de infração junto Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) para que situações como essas não fiquem impunes.
O delegado Luiz Carlos de Oliveira, da Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos (Demafe), detalhou todo o caso em entrevista coletiva nesta segunda-feira (21). A pena para o infrator é de um a três anos de prisão.
"O árbitro paralisou o jogo aos 31 minutos do segundo tempo, tendo em vista que ele escutou uma injúria racial por parte de um torcedor a um atleta do Londrina. O torcedor foi preso em flagrante. Na central de flagrantes, ele pagou a fiança. Agora, o inquérito será redistribuído, vamos concluí-lo após diligência e levá-lo para a justiça", afirmou.
"Lamentavelmente, estamos se deparando com situações que não podemos compactuar. Não existe mais espaço para qualquer tipo de intolerância, religiosa, de gênero, ética. É preciso que todos saíamos em busca dessa legislação, para a que a polícia possa prender e tirar de circulação esses torcedores em dias de jogos", completou.
Relembre o fato
A acusação aconteceu durante a partida entre Athletico e Londrina, válida pelas quartas de final do Paranaense. Aos 30 minutos do segundo tempo, o jogo foi paralisado quando o Samuel iria cobrar um lateral e se aproximou da torcida, no setor Getúlio Vargas Inferior. O atleta, então, ouviu o suposto ato de injúria racial, apontou e discutiu com o torcedor em questão.
O árbitro Rodolpho Toski Marques chamou a Polícia Militar, que encaminhou o torcedor para a Central de Flagrantes do estádio. A súmula aponta que a frase utilizada pelo torcedor foi "seu preto Vera Verão".
O Athletico também divulgou uma nota nesta segunda-feira (21) repudiando atitudes discriminatórias e criminosas. O clube reforçou que agiu rapidamente para identificar o suspeito do crime na Arena da Baixada.
Em nota oficial, Athletico repudia episódio na Baixada
O Athletico Paranaense vem a público, mais uma vez, manifestar-se contra todas as formas de discriminação racial. Atitudes discriminatórias são inaceitáveis e criminosas.
O clube não tolera e não tolerará qualquer tipo de discriminação racial em seu estádio. Rubro-Negro é quem tem todas as raças.
Sobre o acontecimento na partida diante do Londrina, no último domingo (20), o Athletico Paranaense reforça que agiu imediatamente para identificar o suspeito da agressão, que foi encaminhado à autoridade policial competente, sem prejuízo das medidas administrativas internas que já estão em andamento interno no clube.
21 de março – Dia Internacional contra a Discriminação Racial
Nota oficial do Londrina
Sobre o episódio de racismo envolvendo o atleta Samuel Santos, o Londrina Esporte Clube repudia veementemente atos de cunho racista ou preconceituosos. Informamos, também, que o atleta registrou boletim de ocorrência após a partida contra o Athletico Paranaense, devidamente acompanhado pelo Departamento Jurídico do clube. Lamentamos profundamente a ocorrência desses fatos e ressaltamos que prestaremos total apoio ao atleta.