Torcedor assumido do Athletico, Cuca é implacável quando enfrenta o Furacão
Torcedor assumido do Athletico, Cuca transformou em rotina bater o Furacão no últimos anos de sua carreira. Nesse domingo (12), a goleada do Atlético-MG, por 4 a 0, no Mineirão, aproximou o curitibano de seu primeiro título enfrentando o time do coração.
Em 2013, recém-campeão da Copa Libertadores pelo Galo, o treinador perdeu para o Rubro-Negro pelo Brasileirão, derrota que custou o fim da invencibilidade de 54 jogos dos mineiros no Horto. Na ocasião, ele escancarou sua relação com o Athletico.
"Meu consolo, pequeno, se é que tem, por ter perdido a invencibilidade, é que meu time ganhou de mim. Menos ruim, serve de consolo bem pequeno, um alívio”, disse Cuca, em coletiva de imprensa.
Desde então, em nove partidas, por quatro equipes diferentes, o técnico saiu vitorioso oito vezes contra 'seu time'. São três vitórias na atual temporada com o Galo, duas pelo Palmeiras (2016) – incluindo uma goleada por 4 a 0 –, duas pelo Santos (2020 e 2018) e uma pelo São Paulo (2019). O único revés aconteceu no comando do Porco, em 2017.
A paixão de Alexi Stival pelo Athletico é familiar e tem origem no tradicional bairro curitibano Santa Felicidade, onde foi criado. Seu pai, Dirceo, era torcedor rubro-negro, assim como a maior parte dos Stival.
Cuca não só herdou como passou o amor vermelho e preto para a geração seguinte. Suas duas filhas são atleticanas e costumam frequentar o estádio. Um membro ilustre da família, inclusive, é um papagaio que canta o hino atleticano.
Também não é incomum observar o próprio treinador acompanhando o time na Arena da Baixada quando não está empregado. Em 2016, após voltar de duas temporadas na China, o paranaense assistiu ao jogo contra o Rio Branco, pelo Paranaense, debaixo de chuva no Caranguejão, em Paranaguá. Dois anos depois, viu a conquista da Copa Sul-Americana, contra o Junior Barranquilla, na Baixada.
Curiosamente, o paranaense nunca treinou o clube, cenário improvável porque sua família continua baseada em Curitiba. A intenção é preservar os familiares.
Em 2009, por exemplo, quando comandou o Fluminense em duelo que rebaixou o Coritiba, sua residência foi apedrejada. Nessa mesma linha, a experiência como técnico do Coxa, em 2005, não deixou saudades.
Antes da final da Copa do Brasil, Cuca, exatamente pela aberta relação com o Athletico, decidiu ‘blindar’ a família e pediu para que todos evitassem entrevistas.