Bastidores

Tensão, alívio e festa: torcida do Athletico cala Allianz Parque em classificação na Libertadores

Este 6 de setembro de 2022 já está marcado entre os grandes dias da história do Athletico. Diante de mais de 40 mil torcedores, o Furacão de Luiz Felipe Scolari eliminou o atual bicampeão da Libertadores e carimbou a vaga na grande final. Depois de vencer na ida, por 1 a 0, na Arena da Baixada, empatou em 2 a 2 no Allianz Parque, com gols de Pablo e Terans, e manteve vivo o sonho de conquistar o título inédito.

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Uma noite mágica que começou com susto, frustração, muita tensão, passou por alívio e terminou com muita festa. E não foi contra qualquer time. O Palmeiras não tinha perdido nenhum mata-mata na Libertadores com o português Abel Ferreira e só saiu de campo seis vezes com derrota em 61 jogos na temporada. Dessas seis, duas vitórias foram do Athletico: 2 a 0 no Brasileirão e 1 a 0 no primeiro jogo da semifinal. Os outros times que venceram o Verdão foram o Chelsea (final do Mundial de Clubes), o São Paulo (primeira partida da final do Paulistão e no jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil) e o Ceará (Brasileirão).

“Foram 180 minutos muito difíceis. Sabíamos que o Palmeiras era um time muito forte pela qualidade que tem, que iria vir pra cima, mas respondemos da melhor maneira e conseguimos passar à final”, disse Terans após o apito final.

O UmDois Esportes detalha como foi a classificação atleticana:

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Ingressos esgotados

A concentração na Rua Padre Antônio Tomás começou no meio da tarde com a chegada dos atleticanos ao setor visitante. Foram cerca de 1.600 ingressos vendidos, toda a carga esgotada, para a partida de volta da semifinal. Mesmo com a entrada do portão D muito próxima à Pork’s, uma das torcidas organizadas do Palmeiras, os torcedores não tiveram problemas nas imediações do Allianz Parque. Oito ônibus e uma van chegaram ao estádio escoltados pela Polícia Militar.

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Os portões foram abertos às 19h30. Perto das 20h, os policiais solicitaram que os torcedores entrassem no estádio e desocupassem a rua, porém, sem nenhum registro de truculência.

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Apoio moral

Os volantes Christian e Hugo Moura, além do meia Marlos, viajaram com a delegação do Athletico para o jogo decisivo contra o Palmeiras e deram “apoio moral” ao time, mesmo não ficando nem no banco de reservas. No caso de Hugo Moura, o jogador cumpriu suspensão após ter sido expulso na primeira partida, na Arena da Baixada.

Weverton x Bento

Durante o aquecimento, as torcidas gritaram os nomes dos goleiros Weverton, do Palmeiras, e Bento, do Athletico. Ambos da “fábrica de goleiros” do CT do Caju, eles foram ovacionados nas arquibancadas com o mesmo cântico: “P….. é o melhor goleiro do Brasil”.

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Vai que é tua, Paulo Turra

O Athletico foi comandado na beira do gramado pelo auxiliar Paulo Turra, que substituiu Felipão. O técnico atleticano foi expulso no jogo da ida, na Arena da Baixada, e assistiu à partida em um camarote do Allianz Parque destinado, originalmente, para membros da equipe de análise de desempenho dos times visitantes. Durante o duelo, Turra não deixou a área técnica um minuto sequer, sempre muito agitado e passando constantemente orientações ao time, ao lado do assistente Wesley Carvalho.

Balde de água fria e silêncio

Durou apenas dois minutos a vantagem do Athletico construída no primeiro jogo em Curitiba. Na sequência, Canobbio, Fernandinho, Pedro e Henrique falharam e permitiram que o Palmeiras deixasse tudo igual no placar agregado.

Primeiro, Bruno Tabata fez o desarme em Canobbio, que perdeu a bola e permitiu a arrancada de Zé Rafael. O meia girou com facilidade em cima de Fernandinho e cruzou na área. Pedro Henrique errou no corte, Thiago Heleno ficou rendido e Gustavo Scarpa chegou batendo para abrir o marcador e explodir o Allianz Parque, jogando um balde de água fria na torcida atleticana, que silenciou. 1 a 0.

“O Palmeiras é o time da virada, o Palmeiras é o time do amor”, cantava alto a torcida alviverde.

Em campo, o Athletico não se encontrava. Desorganizado, sem conseguir construir no meio-campo e sofrendo para marcar o Palmeiras mesmo com três volantes, cedia muito espaços aos mandantes, que seguiram na pressão e com intensidade. O Rubro-Negro sentiu o baque e acusou o golpe após o gol cedo e quase não finalizou no primeiro tempo. No final, a torcida atleticana teve um suspiro de esperança depois que o Palmeiras ficou com um jogador a menos – Murilo entrou com a sola da chuteira em Canobbio, e o árbitro aplicou cartão vermelho, após revisão no VAR.

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Vitor Roque chama o jogo; Alex Santana sumido

Os únicos momentos de lucidez no primeiro tempo no Allianz Parque tiveram nome e sobrenome: Vitor Roque. O jogador de 17 anos chamou o jogo e tentou as jogadas pelo lado esquerdo do ataque, enquanto Vitinho e Alex Santana estiveram sumidos.

Partida desastrosa de Canobbio

O uruguaio, que já não vem sendo muito prestigiado pela torcida atleticana, fez um primeiro tempo desastroso no Allianz. Falhou na origem do gol marcado pelo Palmeiras, perdendo a bola para Bruno Tabata. Atuação totalmente apagada do jogador que custou R$ 15,2 milhões ao Athletico. Ainda levou cartão amarelo aos 41 minutos e não voltou pro segundo tempo – foi sacado no intervalo dando lugar a Rômulo.

Alterações, reação e empate

Com o 2 a 0 a favor do Palmeiras, o Athletico voltou com três alterações para o segundo tempo: Abner, Alex Santana e Canobbio deram lugares a Pedrinho, David Terans e Rômulo, respectivamente. Enquanto tentava se encaixar em campo com as mudanças, outro gol sofrido. E da pior maneira possível: de lateral. Aos nove minutos, Marcos Rocha fez a cobrança e o zagueiro-artilheiro Gustavo Gómez desviou para ampliar o placar para o Palmeiras: 2 a 0.

Aos 18, Turra sacou Erick e colocou Pablo. E o atacante precisou de menos de dois minutos para mostrar estrela. Após Fernandinho começar a jogada, Vitor Roque cruzou para trás e encontrou Pablo, que, bem posicionado, só empurrou para o gol. A torcida atleticana explodiu no Allianz. Era o começo da reação rubro-negra.

“Ôôô, pra cima Athleticoooo”, cantava a torcida.

Embalado pela torcida, o Athletico segurava a pressão do Palmeiras e também contou com a sorte. Aos 27 minutos, Bento fez uma defesaça, após Gabriel Menino soltar uma bomba pelo lado direito do ataque. A torcida atleticana comemorou a intervenção como se fosse um gol no Allianz.

Terans empata e torcida do Athletico cala o Allianz

Precisando ao menos de um empate para se classificar, o Athletico chegou ao objetivo aos 39 minutos. Pablo brilhou novamente e ajeitou para Terans na entrada da área O uruguaio chutou forte, a bola ainda desviou em Piquerez e morreu no fundo da rede de Weverton, levando os atleticanos à loucura na arquibancada. A vaga para a final estava garantida.

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Com cinco minutos de acréscimos, o Athletico segurou a bola para esperar o tempo passar. Ao apito final do árbitro uruguaio Esteban Ostojich, os jogadores puderam, enfim, respirar aliviados e comemorar com a torcida a conquista da vaga na final.

“Vamos, vamos, jogadores… queremos ganhar a Copa Libertadores”, embalou a festa.

Após uma noite que jamais será esquecida, agora o destino é Guayaquil, no Equador, para um novo capítulo na história do Furacão.

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“Boa noite” no telão do Allianz Parque após a classificação do Athletico

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