Retrospectiva 2023: Athletico faz temporada irregular, fica fora da Libertadores e frustra torcida
Depois do vice da Libertadores e de ficar sem nenhum título em 2022, o torcedor do Athletico tinha grande expectativa para a temporada 2023, com a manutenção do elenco e a chegada de reforços pontuais.
A mudança na gestão com Paulo Turra assumindo o time e Felipão atuando somente como diretor técnico era o marco para uma nova era no Furacão. Mas a repentina saída do pentacampeão mundial com apenas seis meses na função chacoalhou o planejamento.
A ausência de Mario Celso Petraglia no comando, por questões de saúde, e a inércia para corrigir a rota ao longo da temporada comprometeram os objetivos do Athletico para o centenário e frustraram a torcida. O ano de 2023 foi irregular, com eliminações precoces, alto número de lesões e apenas o título do Paranaense no currículo. Veja a retrospectiva:
Mudança de filosofia e título invicto do Paranaense
A primeira decisão na nova gestão de futebol Turra/Felipão foi utilizar todo o elenco principal no Campeonato Paranaense para que o time ganhasse ritmo de jogo. Desde 2013, vale lembrar, o clube disputava o Estadual com aspirantes, utilizando os jogadores do plantel principal em ocasiões pontuais.
A mudança, em primeiro momento, deu muito certo, com o time vencendo o Estadual de forma invicta após 87 anos. No entanto, o reflexo foi sentido pelos jogadores ao longo do ano, com excesso de lesões e cansaço na reta final. Fernandinho, por exemplo, atuou em quase todos os jogos do time no Paranaense aos 38 anos.
Junho nebuloso, com afastamento oficial de Petraglia e saída conturbada de Felipão e Turra
Em campo, o time não teve grandes atuações no primeiro semestre sob o comando de Turra, mas conseguiu com bons resultados, com classificações em Copa do Brasil e Libertadores. Fora das quatro linhas, tudo começou a mudar já em 1º de junho.
O presidente Mario Celso Petraglia pediu afastamento do clube para cuidar da saúde. No dia 16, Felipão comunicou sua saída repentina da direção para assumir o comando do Atlético-MG, rival na fase de grupos da Libertadores. O diretor Alexandre Mattos, então, optou por demitir Turra e colocar Wesley Carvalho em seu lugar.
Os bastidores ficaram agitados e a falta de um técnico pesou em algumas escolhas para o planejamento do restante do ano. O único acerto foi a negociação, que se arrastava desde o início do ano, com o Barcelona pela venda do atacante Vitor Roque – concretizada em julho. Esportivamente, o clube chegou às oitavas de final da Libertadores e às quartas da Copa do Brasil.
Eliminações precoces na Copa do Brasil e na Libertadores
Já com Wesley no comando, o Athletico passou a ter atuações melhores, que empolgaram a torcida nos primeiros jogos. Por outro lado, foi eliminado nos mata-matas. Pelo torneio nacional, o Furacão sofreu duas derrotas para o Flamengo e interrompeu a possibilidade de um bicampeonato.
Na Liberta, a eliminação para o Bolívar nos pênaltis, dentro da Ligga Arena, foi o grande desastre da temporada. Na Bolívia, o Furacão havia perdido por 3 a 1, decisões do interino sendo determinantes para o resultado, como a entrada de Thiago Andrade, que pouco vinha sendo utilizado, como titular. A principal obsessão do clube novamente não foi alcançada, e a partir dali a temporada se arrastou para os atleticanos.
Decepções no Brasileirão e despedida de Vitor Roque
Com foco no Brasileirão, o Athletico chegou a ficar dez jogos sem perder e empolgou novamente a torcida de olho em melhores posições e confirmação antecipada de uma vaga na Libertadores no ano do centenário. No entanto, a derrota vergonhosa para o rival Coritiba, que estava na lanterna da competição, mostrou que o objetivo estava mais distante.
Com uma campanha bem irregular na reta final, acumulando empates, o Furacão se viu distante do G6, terminando o Brasileirão na oitava posição, com 56 pontos. Como consolação, o time garantiu-se na Sul-Americana 2023 e diretamente na terceira fase da Copa do Brasil.
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Os maus resultados também se deram pelo acúmulo de lesões e pela falta de reposições no elenco, reflexo das escolhas do início do ano. E os últimos jogos da temporada valeram apenas pela despedida do atacante Vitor Roque.
O jogador era um dos lesionados e retornou antes do previsto, apenas para dar adeus ao clube e à torcida. O último jogo foi o 3 a 0 sobre o Santos, na Ligga Arena, pela 37ª rodada, quando o jovem deixou o gramado ovacionado. O camisa 9 se despediu como artilheiro rubro-negro na temporada, com 21 gols.
Mudanças significativas na gestão e reforços para 2024
Dias antes de a temporada terminar, o presidente Mario Celso Petraglia voltou a público em uma entrevista coletiva, esclareceu dúvidas da torcida e projetou 2024. O presidente, que foi reeleito em pleito neste mês de dezembro, garantiu um alto investimento no futebol, novos membros para a gestão do clube e, principalmente, um treinador de ponta.
O técnico ainda não está fechado. Petraglia aguarda o retorno da proposta feita a Domènec Torrent. O espanhol é o favorito do presidente, mas outras opções podem acabar sendo mais viáveis. Alexandre Leitão, novo CEO do clube, já está contratado e inicia seu trabalho na primeira semana de janeiro. Por outro lado, Alexandre Mattos deixou o cargo de CEO de Negócios do Athletico para ser executivo de futebol do Vasco.
Para o time, o Furacão já trouxe três bons nomes: o zagueiro Mateo Gamarra, o lateral-direito Leo Godoy e o atacante Romeo Benítez. O clube ainda segue firme pela contratação do centroavante Gonzalo Mastriani, do América-MG.
Depois de um 2023 frustrante, a torcida atleticana volta a se animar por uma nova temporada de conquistas. O centenário do Athletico promete.