Primo de Tiago Volpi, goleiro brasileiro do Peñarol projeta jogo com o Athletico
Adversário do Athletico na semifinal da Sul-Americana, o Peñarol tem um jogador brasileiro no elenco. É o goleiro Neto Volpi, de 29 anos. O sobrenome chama a atenção e já "entrega": o catarinense de Rio do Campo é primo de Tiago Volpi, goleiro do São Paulo.
Neto estará no banco de reservas com a camisa 5 nesta quinta-feira (23), data do primeira partida entre uruguaios e brasileiros, no Campeón del Siglo, às 21h30, em Montevidéu.
O jogador defende uma das camisas mais pesadas do futebol sul-americano desde julho, quando assinou um contrato de duas temporadas, com possibilidade de extensão do vínculo.
É a quarta experiência do goleiro fora do Brasil. Ele já atuou na Colômbia, defendendo o América de Cali e o Deportivo Pasto, e o Shimizu S-Pulse, do Japão. Em Cali, ele foi campeão colombiano em 2019, sendo o primeiro brasileiro a conquistar tal feito.
"É uma partida importante, contra uma equipe que foi campeã em 2018. Competição internacional o clima muda. Creio que vai ser um grande jogo. O Peñarol pode entrar na história, passando para uma final e sendo campeão. Estamos focados, sabemos como as equipes brasileiras jogam, e precisamos estar preparados para tudo", disse em entrevista exclusiva ao UmDois Esportes.
Do atual elenco do Furacão, Neto já trabalhou com o zagueiro Thiago Heleno no Figueirense e também já jogou contra Paulo Autuori, quando o goleiro atuou no futebol colombiano.
"Sabemos como é o time, a estrutura que tem e tudo que envolve o Athletico, é um clube muito grande do Brasil. Acho que vai ser um jogo bem disputado e de concentração, onde quem errar menos vai dar um grande passo para a final", projeta.
Postura e apoio da torcida em Montevidéu
Há três meses no Peñarol, Neto é reserva de Kevin Dawson e disputou uma partida pela equipe, contra o Progreso, na vitória por 1 a 0 pelo Campeonato Uruguaio, no dia 14 de agosto.
"Cheguei há pouco tempo, mas esse período passou muito rápido. É um grupo muito bom, que busca muitas coisas, e agora estamos disputando a semifinal da Sul-Americana. Todos estão com o mesmo pensamento e tem tudo para dar certo", disse.
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Sobre o duelo contra o Athletico, o goleiro acredita que a equipe precisa atuar com agressividade para levar um bom resultado para a decisão na Arena da Baixada, no dia 30.
"Temos que manter a postura que estamos tendo na competição, um time que não se esconde e busca muito. É saber ler bem a partida como ela vai ser, de ir pra cima e buscar o resultado. Sabemos que essa partida em casa vai ser importante, então precisamos ter uma postura mais agressiva nesse primeiro jogo", projeta.
Neto também falou sobre o apoio da torcida no jogo diante do Furacão. Em acordo com as autoridades sanitárias do Uruguai, o Peñarol poderá ter até 16 mil torcedores no Campeón del Siglo.
"A presença da torcida sempre ajuda. No último domingo (19), tivemos essa experiência (no empate em 0 a 0 com o Fénix, pelo Campeonato Uruguaio), e foi muito bom ter a torcida de volta, empurrando o time".
Família com DNA de goleiros e origem no futsal
Neto vem de uma família de goleiros. Além de Tiago Volpi, atualmente no São Paulo, ele é irmão de Fabian, goleiro do Joinville. E tudo começou muito antes, primeiro com o pai, que foi goleiro de futebol amador por muitos anos.
"É legal porque sempre acompanho os jogos do São Paulo e do Joinville, um vai acompanhando e torcendo pelo outro, e tirando as coisas boas. E, no final, soma tudo, né. É muito ter essa família de goleiros e também poder dar umas cornetadas neles", brinca Neto.
Mas se engana quem pensa que Neto começou já debaixo das traves. Ele queria ser atacante e começou no futsal. Mas, pela estatura, foi convencido a ir para o gol. Seus primeiros passos foram no futebol de campo, no Brusque, jogando pelo juvenil, com 14 anos. Mais tarde, recebeu um convite para jogar nas categorias de base do Figueirense, onde subiu para os juniores e, depois, para o time profissional, em 2012.
Neto quase defendeu o Vasco em 2016, quando a equipe era comandada por Jorginho, que tinha sido seu treinador no Figueirense. Dois anos depois, ele foi para a sua primeira aventura fora do Brasil, no América de Cali. Foi emprestado por um período ao Deportivo Pasto, também da Colômbia, e depois retornou ao América de Cali.
Outra experiência no exterior foi no Japão, mas durou pouco. Somando ao período de adaptação, pandemia e uma lesão, acabou disputando apenas três partidas no Shimizu S-Pulse. Agora, defendendo as cores aurinegras do Peñarol, espera escrever uma nova história.