Sul-Americana

Petraglia e suas origens uruguaias. Benito era Peñarol, e Maria, Nacional; veja como tudo começou

Por
Fernando Rudnick
19/11/2021 11:28 - Atualizado: 04/10/2023 17:12
Petraglia e suas origens uruguaias. Benito era Peñarol, e Maria, Nacional; veja como tudo começou
| Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo

A final da Copa Sul-Americana, neste sábado (20), às 17h, em Montevidéu, traz o principal dirigente história do Athletico de volta às origens.

Em uma brasileiríssima decisão contra o Red Bull Bragantino, o presidente Mario Celso Petraglia espera assistir, nas tribunas do lendário Estádio Centenário, o bicampeonato do Furacão justamente na terra de seus pais, uruguaios.

O casal José Benito Petraglia e Maria Etlin de Petraglia é originário de cidades fronteiriças do país vizinho. O pai, descendente de italianos, nasceu em Paysandú, localizada 378 km a Noroeste da capital Montevidéu, na fronteira com a Argentina.

Já a mãe, com ascendência suíça e alemã, era natural de Rivera, ao Norte, município colado com a gaúcha Santana do Livramento.

Em 1930, para fugir da crise econômica local, o casal decidiu emigrar para o Brasil. Foram os únicos entre 18 irmãos de ambos os lados da família a tentar a sorte no exterior.

José Benito, técnico de balas, doces e chocolates, era fanático torcedor do Peñarol e da Celeste Olímpica. A estudante de medicina Maria, por outro lado, acalentava o Nacional, o que garantia um Superclássico caseiro. Ou seja, a paixão do presidente atleticano por futebol, inegavelmente, tem alma charrúa.

Oitavo de uma prole de dez, Mario Celso nasceu em 1944, já em Cruzeiro do Sul, segunda estadia da família Petraglia no Brasil, após primeiro fixarem-se em Pelotas. Ainda pequeno, outra mudança: Curitiba, onde o destino lhe conectou com o Athletico.

Tradições mantidas

Apesar da distância do Uruguai, algumas tradições foram mantidas na rotina familiar. O mate doce, com um pouco de açúcar, estava sempre presente, assim como o churrasco, chamado de "asado" por uruguaios e argentinos.

O castellano era falado pelos pais em casa, mas todos os filhos foram alfabetizados somente em português. Mesmo assim, o mandatário atleticano compreende o idioma como um local e tem conversação perto da fluência.

Esporadicamente, parentes visitavam os Petraglias brasileiros, mas a distância os isolou da maior parte da família, ainda mais em um tempo em que a comunicação era analógica.

Mais velho, Mario Celso fez diversas visitas ao Uruguai e esteve com primos e tios. Foi a jogos de futebol, inclusive ao Centenário, palco da final da Sula. Ainda existem pelo menos 45 endereços do sobrenome em todo o país de acordo com o guia telefônico local.

A mãe do presidente atleticano, aliás, morreu em uma viagem a Montevidéu e foi sepultada em um jazigo da família na cidade.

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Fernando Rudnick é formado em jornalismo e pós-graduado em comunicação esportiva. Sempre repórter, começou a cobrir o dia a dia dos times paranaenses em 2009, quando entrou na Gazeta do Povo. Atualmente, é coordenador do UmDois Es...

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