Petraglia explica SAF, fala de Vitor Roque e expectativas do Athletico para 2023
No dia em que completa 79 anos, Mario Celso Petraglia falou sobre assuntos gerais envolvendo o Athletico. Neste sábado (11), o presidente deu entrevista onde abordou temas como Sociedade Anônima do Futebol (SAF), ofertas por Vitor Roque, número de sócios, nova camisa e as perspectivas para a temporada 2023.
Petraglia revelou que o clube foi sondado pelo Grupo City sobre a venda da SAF e ainda comentou que o clube tinha como intenção realizar a pré-temporada em Orlando, nos Estados Unidos, mas a limitação no número de inscritos para a disputa do Campeonato Paranaense (máximo de 35 atletas) impossibilitou o planejamento.
"Não é nossa política de participar de grupos que tenham vários times. Fomos sondados pelo Grupo City, mas declinamos. Queremos ser o primeiro do projeto. Pretendemos ter a participação minoritária, sem a gestão do clube, com mais foco na base", disse em quase uma hora de entrevista ao Furacão Live.
O dirigente também revelou estar "esperançoso" de que o Furacão faça uma boa temporada, "igual ou melhor que 2022", mas ressaltou a dificuldade no mercado em contratar jogadores. Até agora, o clube anunciou quatro reforços - os laterais Madson e Fernando, o zagueiro Kaique Rocha e o atacante Luciano Arriagada.
SAF e Vitor Roque
"É para a perpetuidade do clube, para o crescimento e formação. E para manter esses jogadores. O Vitor Roque, está uma corrida por ele. Nós não temos a condição de pagar essa quantidade que os grandes clubes pagam. Dou sempre o exemplo do Neymar, ele ficou três anos e levou o Santos ao título da Libertadores. São cinco vezes o que eles ganham lá, em euros, dólar, os jogadores têm ótimo hábito de querer ganhar em moeda forte e gastarem em moeda pequena".
Ofertas por Vitor Roque
"A situação dele está ótima. Ele volta (da seleção) na terça-feira. Infelizmente, não ganhamos da Colômbia. Se o Brasil ganhar, seremos campeões. Ele volta, mas já deve ser convocado para o Mundial sub-20. Então, ele vai jogar muito pouco. Tem muitas especulações. Realmente já recebemos ofertas objetivamente, pessoal me ligou, clubes amigos europeus, mas ainda não chegaram ao nosso número. Ainda muito longe".
Elenco
"Vamos ver como andamos. Cada partida tem sua história, e cada competição também. Nós nos reforçamos. Já tínhamos na lateral esquerda um substituto, por isso liberamos o Abner. Tivemos cinco jogadores expulsos (no Atletiba), tivemos reposições à altura. Vamos estar atentos, se for necessário. Obviamente que alguns jogadores têm mais tempo de adaptação. O Canobbio por exemplo, ele já está mais à vontade. E esses jogadores da América do Sul vêm para um futebol diferente. Estou esperançoso que teremos um bom ano".
Sócios
"Eu gostaria que essa resposta (por que o clube não tem um número alto de sócios) partisse de fora para dentro. Por que não temos esse número, se somos um dos melhores clubes do Brasil? Temos por pesquisa, 2 milhões entre 3 milhões de torcida. É a cultura do brasileiro. Eles se associam e na primeira derrota param de pagar. Temos 200 mil CPF's que já foram sócios, há uma renovação, tem 20 mil que são fiéis, mas temos muito que entram e saem e não voltam. Temos agora essa opção pelo Furacão Live, que nesse segmento nós gostaríamos de ter 100 mil sócios, que nos ajudará muito, porque não vendemos o pay-per-wiew, mas necessitamos que o nossos sócios se associem".
Confusões no Atletiba
"Fomos surpreendidos com essa abertura de B.O pela justiça privada, comum, alegando que foi rixa. Está claro na constituição que os atletas só serão julgamos na justiça comum, quando esgotarem na justiça desportiva. Mas estamos buscando os nossos direitos para buscar o trancamento da ação. Tivemos vários jogos e nunca tomaram essa decisão. Somos pioneiros até nisso".
Objetivos
"Para o nosso crescimento, se não tivermos uma alavancagem, bateremos no teto. Vai ser muito difícil conquistarmos o mundo, se não conseguimos manter os nossos talentos".
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Areninha
"A proposta da Areninha seria de outros esportes. Estamos suprindo os outros eventos, com a 'Arenona'. Já tínhamos acertado com o dono da Havan, de construir uma loja, sem a estátua, mas como não acertamos o tripartite, mês passado que acertamos sobre os terrenos, não podíamos vender, só alugar, agora já acertamos. Estamos pagando mensalmente as casas, os terrenos que foram desapropriados, e agora temos a posse e o domínio. Agora podemos alugar. Mas a Havan, por questões políticas, deu um pé no freio. Já estamos conversando com mercados, outros comércios, também um local nosso. Mas não vale a pena construir a Areninha, porque não tem retorno de investimento".
FPF e estadual
"Queríamos iniciar o campeonato com o sub-23, mas não foi possível pela inscrição. Já partimos com o time principal, até iríamos para Orlando, com vários jogos nos EUA, mas tivemos que fazer aqui. O presidente da FPF, sem comentários, aparentemente é nepotismo, pai indicando o filho. Mas são os pesos de voto, a liga amadora vale o mesmo que nós, clubes profissionais. É dominado pelos amadores. Está dominada a federação. Para nós pouco importa, porque estamos focados na Libertadores, ligas nacionais, Estadual não vale nada, não ganhamos nada, a competição não tem apelo. Hoje vamos gastar R$ 150 mil para jogar contra o Operário. É uma competição que não tem patrocinador".
Nova camisa
"Já faz dois anos (que estamos com a mesma camisa) em função da pandemia, estamos pensando em um novo designer. Mas não tem nada certo. Estamos pensando em três camisas. A primeira rubro-negra, a segunda preta e a terceira uma cor diferente. Estamos buscando um novo designer".
Política de ingressos
"É uma política nossa, de ingressos caros para facilitar sócio, tem setor de R$ 90. Ele se associando, vai custar R$ 30. Para quem é sócio, é super barato. Cobramos caros para os ingressos, para que eles virem sócios".
Crescimento do clube
"Não, eu imaginava um crescimento do clube, mas nunca pensei que seria tão difícil, por conta da própria indústria, segmento, CBF, Globo, associação sem fins lucrativos. Foi uma dificuldade muito grande. Não temos mais uma associação de classe, o único país que não tem uma liga. Foi difícil. Se eu soubesse que levaria tanto tempo, tanta dificuldade, eu não sei se eu começaria. Foi uma caminhada solo. Em 2007, nós entramos com um ação para cobrar das rádios, mas nenhum clube quis e entramos sozinhos. Só um exemplo de como foi difícil a caminhada, cada presidente olhando seu umbigo. Onde chegamos, eu tinha certeza que chegaríamos. Um fator que eu realmente perdi, foi o tempo. Achei que em 10, 15 anos, fosse possível, mas levamos mais de 25 anos".
Naming Rights
"Estamos negociando. Não há cultura no Brasil de Naming rights. Tínhamos o problema que a televisão não falava o nome dos patrocinadores. Mas agora isso mudou, com a Neo Química Arena do Corinthians".