Petraglia desabafa sobre acordo da Arena: “Não sei se estarei vivo para ver o fim disso”
Em declaração ao UmDois Esportes, o presidente do Athletico, Mario Celso Petraglia, se manifestou sobre a não homologação do acordo da Arena da Baixada pela Justiça.
Nessa quinta-feira (17), o juiz Guilherme de Paula Rezende, da 4ª Vara da Fazenda Pública do Foro Central da Região Metropolitana de Curitiba, indeferiu o novo Tripartite firmado entre Athletico, prefeitura de Curitiba e governo do Paraná, trato que encerra o impasse sobre a divisão do pagamento da dívida da reforma do estádio para a Copa do Mundo de 2014.
A decisão pode levar o caso até o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Antes, porém, passará pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).
"Estou surpreso. Sofremos injustamente há uma década. Pagamos muito mais do que devíamos. Fizemos um acordo no Tribunal de Justiça. O Ministério Público aprovou por unanimidade em seu Conselho Superior. Até já pagamos a entrada da Fomento e quitamos tudo com o Município", afirmou o dirigente, citando a entrada de R$ 50 milhões paga pelo clube no dia 18 de junho.
"Vamos voltar ao começo da discussão? Sinceramente, não sei se estarei vivo para ver o fim disso. Grande injustiça com o Athletico e com os atleticanos. Espero que a decisão seja revista", concluiu Petraglia.
Sinceramente, não sei se estarei vivo para ver o fim disso [acordo da Arena]. Grande injustiça com o Athletico e com os atleticanos. Espero que a decisão seja revista"
Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico
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Entre os argumentos citados por Rezende para não homologar o acordo estão a "incompetência do Juízo dada a pendência de recursos e requerimentos perante o STJ", afrontas à lei, ausência de autorizações legislativas prévias para a transação e ausência de verificação de disponibilidade financeira e orçamentária para a despesa.
O juiz também aponta que a Fomento Paraná, agência de crédito estadual que fez os empréstimos para a reforma, não atende práticas de governança corporativa ao justificar a renúncia de R$ 621 milhões.
O valor é a diferença da dívida com multas e mora (cerca de R$ 1,2 bilhão) e o valor final do acordo (R$ 590 milhões). Os descontos, no entanto, foram aprovados pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) como emenda do PL 446/2022.
Anunciado em 5 de julho, o novo Acordo Tripartite recebeu parecer favorável do Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR), homologado pelo Conselho Superior por unanimidade.
Antes, toda a condução entre Athletico, prefeitura e governo passou por seis sessões de mediação na sala da presidência do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), órgão que agora terá a responsabilidade, em recurso, de julgar a validade do acordo.