Petraglia admite vender controle majoritário da SAF do Athletico, mas "sem pressa"
O presidente do Athletico, Mario Celso Petraglia, deu entrevista após quase oito meses sem falar com a imprensa - a última vez havia sido em fevereiro para o canal oficial do clube. Nesta quinta-feira (5), o jornalista Rodrigo Capelo, do ge.com, divulgou uma conversa exclusiva com o dirigente do Furacão.
Petraglia respondeu sobre diversos assuntos. O principal tema foi sobre a possível Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube. Pela primeira vez, o presidente admitiu a venda majoritária com o controle da administração.
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"Nós estamos à venda. Nossa posição era de que venderíamos só a parte minoritária, mas com o andar da carruagem, do mercado, se tiver uma oferta de um parceiro que realmente dê para casar... Porque é casamento, né? Futebol é complicado. Nós pensamos até na venda do controle acionário. Ele tem que estar envolvido nos novos projetos, o clube quer se tornar a nível sul-americano um dos top four, então tem que investir", afirmou o comandante, que está afastado do cargo desde junho.
"O fator determinante é a afinidade com o futebol. Não adianta só ter o dinheiro. Nós não queremos ficar com a responsabilidade total da gestão do clube, principalmente por aquilo que eu disse dos possíveis e ávidos... Porque o futebol é muito corrupto, lamentavelmente. Nós queremos fugir dessa corrupção, e eu só vejo essa fuga generalizada se todos... Claro que tem alguns clubes, Flamengo e Corinthians, com grandes torcidas, que será politicamente mais difícil. Mas nós queremos e já fizemos a primeira rodada no ano passado. Nós estamos na linha, ainda, de sentimento do mercado", acrescentou.
Petraglia afirma que Athletico "não tem pressa" pela SAF
O presidente rubro-negro destacou a ida de Alexandre Mattos e Márcio Lara aos Estados Unidos, que foram ter reuniões com o Bank of America, e disse que o Athletico não tem pressa pela venda, já que atualmente é um time equilibrado financeiramente.
"Fizemos agora um roadshow nos Estados Unidos e não temos pressa. Queremos fazer o melhor projeto, pela infraestrutura que temos. O único clube que tem seu estádio pago, praticamente pago, porque só a venda dos naming rights garante a nossa parcela da dívida. A gente tem consciência que ganha sempre aquele que tem mais fluxo de caixa, porque tem mais condições de contratar atletas, comissão técnica, que enriquece a sua área técnica com valores de altíssimo nível. Não chegamos lá ainda", disse.
Mario Celso Petraglia também disse que o Furacão tem vários desenhos para a venda da SAF, incluindo o CT do Caju e a Ligga Arena, ou sem eles. Segundo ele, vai depender de quanto o investidor terá para pagar.
"Nós temos vários desenhos. Quando entra todo o ativo, dá um valor alto, muito alto. Não sei se vai ter investidor disponível para querer investir todo esse valor. Depois temos investimento sem o estádio, que já baixa bastante. Depois temos investimento sem estádio e CT, que baixa mais. Então vamos ver a disponibilidade do bolso dos parceiros, o que eles pretendem, porque não podemos esquecer que o capital que eles vão investir vai ficar na própria companhia. Não tem para quem vender, não estão comprando o controle acionário de uma companhia que o portador dessas ações está levando o dinheiro embora. Ele está comprando e o dinheiro vai ficar no próprio giro da companhia", afirmou Petraglia.
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