Latido, otários, ilha e animal: cinco frases marcantes de Paulo Autuori no Athletico
Paulo Autuori deu início à terceira passagem no Athletico. Anunciado ontem após quase uma semana de conversas, o diretor técnico iniciou os trabalhos no CT do Caju nesta quinta-feira (1).
Ele assistiu ao triunfo por 2 a 0 sobre o Bragantino, pela Copa do Brasil, em um dos camarotes da Ligga Arena, e ainda foi elogiado pelo técnico uruguaio Martín Varini.
Nessa terceira passagem pelo Furacão, o UmDois Esportes relembrou cinco frases marcantes de Autuori no Rubro-Negro. Confira abaixo:
"Au au": o latido de Autuori
Em 2017, o então treinador do Athletico levou na brincadeira uma postagem. Após jantar em um restaurante, o garçom pediu e teve uma foto com Autuori. No entanto, a legenda teve uma provocação. “Prazer em atender o técnico dos ‘poodles’ Paulo Autuori… Como o cara tem dinheiro, a ração da janta foi pedigree kkkkk”.
O garçom foi demitido devido ao post, mas Autuori lamentou a decisão do restaurante Alessandro & Frederico, no shopping Pátio Batel.
"A vida hoje está muito chata, as brincadeiras acontecem. A minha melhor resposta aqui seria trazer um potinho com minha ração e latir. Au au. Só que meu latido não é de poodle, é um pouquinho mais forte”, disse Autuori, dando risada.
"Lamento que o rapaz tenha perdido o emprego por isso. Eu preservo muito a minha privacidade. Uma coisa que jamais vou fazer é negar uma foto ou autógrafo a quem quer que seja. O que mais me irrita é ver algumas pessoas, não só no futebol, em geral, que conseguem ganhar certa notabilidade, sonhavam com isso, e agora nem tiram uma foto. Vou continuar proporcionando, a quem quiser tirar foto comigo ou ter autógrafo, o prazer é todo meu, sempre", completou ele.
"Ele pensa que somos otários, não é possível"
Um dos pontos que aproximam Autuori com o presidente Mario Celso Petraglia é a irritação e as críticas feitas à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ao longo da carreira.
Logo na sequência do latido, Autuori falou sério na mesma entrevista coletiva e disparou contra Marco Polo Del Nero, o então presidente da entidade. Na ocasião, Del Nero havia anunciado uma mudança, que diminuiu o poder dos clubes e aumentada das federações, nas eleições na CBF.
"Estou muito mais preocupado com o Del Nero, com possibilidade de ficar até 2027. É um absurdo, um acinte, é acintoso, acintosa a maneira como a CBF faz as coisas. Uma vez mais vamos separar o brilhante trabalho que o Tite e sua equipe têm feito com o futebol brasileiro", disse Autuori.
"Fez as coisas no dia de jogo. A vulgarização do futebol está nisso. No dia de jogo da seleção brasileira nós tivemos Campeonato Paulista, Fluminense x Botafogo... Jogos completamente tapados, público pequeno", afirmou.
"Não avisou a imprensa que ia ter essa situação na CBF, deu mais poder às federações, que já tinham, e vem falar em democracia? Pô, ele pensa que nós somos otários, não é possível. Irrita profundamente", acrescentou.
Saber sofrer
Nada de futebol vistoso e nenhuma obrigação de espetáculo. Uma das principais bandeiras que Autuori levantou na primeira passagem pelo Athletico foi a filosofia do "saber sofrer".
Após uma vitória, nos pênaltis, sobre o Millionários, da Colômbia, na fase preliminar da Libertadores, o técnico falou pela primeira vez o que viria a ser uma das marcas do trabalho.
"Uma equipe que quer ir longe na Libertadores tem que saber sofrer e tem que saber se sacrificar", disse.
Ilha dentro do futebol brasileiro
Na véspera de completar um ano como técnico do Athletico, Paulo Autuori celebrou a oportunidade no Furacão. Na visão do atual dirigente, o clube é diferente em relação a todo o cenário brasileiro.
"Eu estou feliz, já falei isso várias vezes aqui porque acho que estou numa ilha dentro do futebol brasileiro. [Ilha] De ideias, de arrojo, de coragem, de tomada de decisões, de quebra de paradigmas, de ruptura com o conservadorismo", disse.
Vale lembrar que Autuori foi um dos poucos técnicos que completaram um ano de trabalho . Contudo, o Furacão não teve, em nenhum momento deste século, um treinador que ficasse de janeiro a dezembro no cargo (na primeira passagem, Autuori foi contratado em março de 2016 e virou uma espécie de manager em 2017).
Animal competitivo
Um dos principais símbolos da era vitoriosa do Athletico é o ex-meia Lucho González. Ao ser contratado, em setembro de 2016, o jogador foi uma grande conquista do Furacão e bastante elogiado por Autuori.
"É um excelente jogador. É um animal competitivo, entre aspas, porque está em um nível competitivo altíssimo e muito exigente. Ele vai ser um grande aporte na equipe, principalmente aos mais novos. Ele tem experiência, passou pela seleção argentina, e tem o mesmo perfil do Diego (Forlán), com o qual trabalhei, e também do Jussiê, que infelizmente não aconteceu", declarou.
"Estamos procurando alguém que faça um aporte dentro de campo e ajudando os mais experientes, como o Paulo (André), Thiago (Heleno) e André Lima. Temos um grupo extremamente jovem e que precisa de experiência. Demos uma tacada muito certeira, estou bastante satisfeito", comentou na época.