Os 60 dias de Osorio no Athletico: polêmicas, rodízio e beijinhos
Exatos dois meses. Esse foi o tempo que o técnico Juan Carlos Osorio ficou à frente do Athletico. Apesar do período curto, o colombiano colecionou polêmicas e viu o apoio quase que unânime da torcida se transformar em críticas e pedidos de demissão, principalmente após a derrota para o Londrina no Paranaense.
O UmDois Esportes faz uma linha do tempo da passagem de Osorio, que foi uma aposta do Furacão. Até a contratação de um novo treinador, o time será comandado pelos auxiliares Wesley Carvalho e Juca Antonello.
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Osorio foi anunciado no dia 3 de janeiro. O treinador estava sem clube e a negociação foi rápida. O Furacão tinha negociado antes com Cuca e ficou um mês tentando acerto com o espanhol Domènec Torrent, mas sem sucesso. Começava a segunda passagem dele pelo futebol brasileiro.
Chegada e primeiro treino
O treinador desembarcou em Curitiba dois dias depois e, no dia 6, data da reapresentação do elenco, já deu seu primeiro treinamento e entrevista. O colombiano tinha deixado boa impressão, mas já mostrando todas suas peculiaridades, como a utilização do papelzinho e das canetas coloridas nos trabalhos.
Rodízio e improvisações
Outra característica marcante foi o rodízio na equipe. Em 12 jogos, foram 12 escalações diferentes. Algumas improvisações de atletas em diversas posições também aconteciam na equipe, fato, no entanto, que chateava a torcida.
Por consequência das mudanças, o time não conseguia evoluir e não tinha um padrão de jogo. O clube, inclusive, fez um investimento de mais de R$ 80 milhões em reforços e alguns destaques nem sempre eram utilizados.
Polêmica no Atletiba: beijinhos e entrevista sincerona
A grande polêmica da passagem de Osorio pelo Athletico foi o clássico Atletiba. O treinador foi o personagem da partida ao responder provocações dos torcedores rivais aos longo dos 90 minutos. Beijinhos, aplausos e gestos chamando a torcida foram algumas das reações do colombiano.
Após o jogo, a entrevista coletiva, em tom sincerão, completou o "show" do treinador. Alterado, Osorio disse que o clássico foi "muito ruim e fraco", criticando as atuações de Furacão e Coxa. Também afirmou que alguns atletas não estavam entendendo sua filosofia de trabalho.
Primeira derrota e demissão
Apesar dos resultados - o time estava invicto na temporada-, o desempenho não agradava. O duelo contra o Londrina, primeiro do mata-mata, seria fundamental para mostrar que o trabalho estava evoluindo e também para colocar em campo um time mais próximo do titular. Mas foi o contrário.
O Furacão teve atuação pior que o Tubarão, atacou pouco e algumas escolhas de Osorio foram questionadas. A não utilização de Mastriani, por exemplo, foi a principal. O técnico, inclusive, chegou a dizer que a escolha por Di Yorio "era pessoal".
"Minha decisão de jogar com Lucas é pessoal. Por isso me contrataram. Provavelmente no próximo jogo será Gonzalo [Mastriani]. Se não ganharmos, vocês vão perguntar por que não jogou o Lucas", afirmou Osorio após a derrota para o Londrina.
O resultado pesou, mas a demissão, anunciada neste domingo (3), após 60 dias de clube, foi mais pela falta de bons jogos da equipe e não evolução da ideia de trabalho. A personalidade do treinador também dificultava a relação com os jogadores.