O sobrenome Verón transcendeu o futebol no Estudiantes
O sobrenome Verón é mais do que sinônimo de idolatria no Estudiantes de La Plata. O pai, Juan Ramón, e filho, Juan Sebastián, principalmente, transcenderam o futebol e são parte do que foi e é o clube argentino.
"O Estudiantes se caracterizou, ao longo de sua história, por ser um clube com muito sentido familiar, com muito sentido de pertencimento. Muitos o definem com uma forma de ser. E há sobrenomes que transcendem essa história e que são claros exemplos. Um deles é o sobrenome Verón", afirma Osvaldo Fanjul, jornalista argentino da agência Télam e da Rádio 221.
Juan Ramón, hoje com 78 anos, foi herói naquelas três Libertadores entre 1968 e 1970 e no Mundial, contra o Manchester United em 68. La Bruja era atacante e foi destaque por sua habilidade e faro de gol. A "mágica" que fazia com a bola, foi o motivo do apelido. No Estudiantes, o pai disputou 324 jogos, marcando 90 gols.
A dinastia - e o amor pelo pincha - seguiu com La Brujita, Juan Sebastián, 47 anos. O meio campo surgiu na base do clube do coração, acabou jogando pela equipe que foi rebaixada no nacional, mas que logo subiu, em menos de um ano. Foi ao Boca Juniors para depois passar 10 anos brilhando na Europa.
Em 2006, voltou ao Alvirrubro para, então, conquistar seu principal título com o clube que o pai o havia ensinado a amar: a Libertadores de 2009. Foi destaque nas decisões e eleito o melhor jogador da competição.
"Essa gente seguiu permanecendo no clube ao longo do tempo, transmitindo os valores e transmitindo o sentido de pertencimento, andando em cada um dos lugares do clube e transmitindo experiência a todos os juvenis formados no clube", declara Fanjul.
O filho acabou por aposentar-se em 2012. No entanto, a paixão pelo clube e pelo futebol o fizeram revogar a aposentadoria duas vezes. Por fim, em 2017, aos 42 anos, o argentino enfim pendurou as chuteiras, quando também já acumulava a função de presidente dos pinchas. Hoje, Verón é vice-presidente do Estudiantes.
"Depois de aposentar-se, Sebastián Verón pensou em ser dirigente porque sempre quis ter sua vida ligada à instituição. Foi presidente em 2014, em uma eleição histórica, com recorde de eleitores. Ele quem começou a parte final da construção de um estádio que, naquele momento, estava em 20 ou 25% e com a economia do país em uma situação complicada. A família buscou alternativas e, em 2019, inauguraram o estádio onde já jogaram 50 partidas", diz.
E a sucessão continua na família Verón. Deian Verón, filho de La Brujita e neto de La Bruja, também é futebolista e pertence ao Estudiantes. Ele foi promovido ao time principal de Ricardo Zielinski em janeiro de 2021 e recebeu a camisa 11: o mesmo número que seu pai e avô usavam no clube. Atualmente, está emprestado Central Córdoba até o final do ano.
Se continuar assim, o futuro ainda reserva uma grande linhagem de "Veróns" aos pincharratas.
"O sobrenome Verón transcendeu a parte do futebol, primeiro com Juan, o pai, depois com Sebastián, seu filho, e também com outras gerações, como o irmão de Sebastián, Iani Martín. Verón é sinônimo de Estudiantes, e Estudiantes é sinônimo de Verón", encerra o jornalista Osvaldo Fanjul.