Mudanças na diretoria, troca de técnicos… Os bastidores do tumultuado Athletico
O ano de 2022 vem sendo tumultuado no Athletico. Em cerca de quatro meses, o clube já reformulou todo seu departamento de futebol e está indo para o terceiro técnico, Luiz Felipe Scolari. Problemas que foram se potencializando pouco a pouco.
No início da temporada, a confiança era de que o Furacão podia ter resultados melhores do que vinha colhendo recentemente. A ideia era investir no futebol como nunca. E, de fato isso aconteceu. No campo foram 16 reforços, entre eles nomes como Marlos, Vitinho, Canobbio e Vitor Roque.
Só que, aos poucos, internamente todo o departamento de futebol foi de desfazendo. No final de janeiro, o Rubro-Negro anunciou toda sua estrutura interna, que contava com Paulo Autuori, Ricardo Gomes, Alexandre Mattos, Fernando Yamada e Carlinhos Neves. Atualmente, somente Mattos segue no clube.
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Duas semanas depois do anúncio, Autuori e Ricardo Gomes saíram. Na época, o pedido de demissão alegado foi de problemas pessoais. Porém, a montagem do elenco pode ter sido o principal motivo da saída.
Ao ver o caminho que a formação do grupo foi tomando, o diretor teria preferido não seguir. Internamente, se discute se a construção do elenco foi a mais correta, visto que algumas posições, como volante e atacantes de lado, contam com várias opções, enquanto lateral-direita, zaga e centroavante estão desfalcados.
Um mês depois, foi a vez de Carlinhos Neves ser demitido. A explicação foi de que como ele havia sido indicado por Autuori, não faria sentido ele continuar. E poucos dias depois, o técnico Alberto Valentim foi desligado.
Troca de treinadores não teve convicção de Petraglia
Embora em algumas entrevistas o presidente Mario Celso Petraglia reforçasse a confiança e até elogiasse o dia a dia do treinador, na verdade o trabalho não vinha agradando e a saída era questão de tempo, como aconteceu.
O problema então passou a ser em quem seria o seu substituto. Alexandre Mattos indicou Mano Menezes. O técnico, hoje no Internacional, estava sem clube na época e disposto a ouvir uma proposta e conhecer o projeto, mas Petraglia não aprovou o nome.
O presidente do Furacão tinha como prioridade Felipão, que estava passando um período em Portugal e acabou rejeitando a oferta.
Por outro lado, Yamada, que chegou como coordenador das categorias de formação e virou diretor de futebol com a saída de Autuori, havia indicado Sylvinho e Fábio Carille, por já conhecê-los da época em que trabalharam no Corinthians.
Os dois agradaram Petraglia, que, diante da negativa de Luiz Felipe Scolari, abriu negociações com ambos e acabou optando por Carille, mas sem muita convicção. Tanto que, menos de um mês após a contratação, uma sequência de resultados negativos, mesmo sem tempo para treinar, foi o motivo para a demissão do treinador e também de Yamada, que o tinha indicado.
Além disso, ao ver a oportunidade de trazer Felipão, Petraglia não perdeu tempo e já iniciou as negociações com o técnico ao longo do dia, fechando o acerto até o fim da temporada menos de 12 horas após a saída de Carille.