Incansável e cerebral, Fernandinho é imprescindível ao Athletico
Quando Fernando Luiz Roza oficializou seu retorno ao Athletico, em julho de 2022, não tinha dúvida de que o capitão do Manchester City, então com 37 anos, agregaria muito ao elenco do Furacão.
Com experiência invejável no mais alto nível do futebol, além de técnica refinada, imaginava que o camisa 5 seria referência para o time – que acabou chegando à final da Libertadores. Minhas pequenas ressalvas eram quanto ao físico do veterano, nunca quanto à capacidade que o londrinense teria de impactar em campo.
Mas admito que me enganei. Praticamente um ano depois de voltar para casa, Fernandinho prova – jogo após jogo – que é um atleta raríssimo. E o Athletico precisa renovar seu contrato imediatamente.
Seu nível de competição é diferente de tudo que vemos no Brasil. Unindo mentalidade vencedora, vasta cultura tática (com influência de Guardiola) e privilegiada visão de jogo, o camisa 5 desfila nos gramados em outra rotação.
É como se ele observasse o jogo em câmera lenta, sempre com tempo de sobra para tomar suas decisões.
Neste ano, Fernandinho jogou 24 das 29 partidas que a equipe disputou até aqui (82,7%). Permaneceu em campo durante os 90 minutos em 14 delas.
Poupado estrategicamente, o meio-campista mostra preparo físico invejável. Essa condição lhe proporciona dar arrancadas para desarmar de carrinho no fim dos jogos, por exemplo, ou mesmo para encontrar os companheiros com precisão milimétrica em longos lançamentos.
Ou mesmo para marcar de cabeça na virada sobre o Botafogo e comemorar como aquele juvenil que só começou a treinar com os profissionais em 2003 porque estava com dor de dente e ficou no CT do Caju para o tratamento dentário.
Fernandinho é sinônimo de respeito. E quando não é respeitado, faz-se respeitar, como nos embates com Gabigol, do Flamengo.
A habilidade não o impede de jogar um futebol mais físico, de cometer faltas. Algumas estratégicas, outras para marcar território. Foram 11 cartões amarelos só nessa temporada.
Minha conclusão é de que o volante é imprescindível para o Athletico em um nível superior do que nota-se à distância.
Athletico deve renovar com Fernandinho
E como ele já declarou que não quer se aposentar ao fim de 2023, será imprescindível no futuro também. Se eu fosse o diretor Alexandre Mattos, garantiria a permanência imediatamente, exercendo a cláusula de renovação para 2024, pelo menos.
Em campo, Fernandinho é um maestro. Não preciso nem citar o tamanho do benefício de tê-lo no grupo, fazendo quem está à sua volta evoluir também.
Sua resiliência, assim como citou com propriedade o comentarista Paulo César Vasconcellos na transmissão da última partida (veja no vídeo abaixo), é admirável. Que Fernando Luiz Roza permaneça fazendo história onde escolheu estar.
https://twitter.com/athletinic/status/1659169170158768130https://www.youtube.com/watch?v=ne7h2C6LJmIhttps://www.youtube.com/watch?v=BB4700S65YU