Ídolos históricos vão da glória ao calvário do rebaixamento pelo Athletico
O Athletico viveu, em 2024, uma temporada que ficará marcada em sua história. Os motivos, no entanto são opostos à expectativa criada e ao desejo do torcedor.
No ano de seu centenário, o clube acabou rebaixado para a Série B após uma péssima campanha no Brasileirão.
A marca do rebaixamento atinge, em especial, quatro ídolos históricos do Furacão: Fernandinho, Nikão, Thiago Heleno e Pablo. Experientes e vencedores, os líderes do elenco não conseguiram salvar o clube do vexame.
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Nikão: o maestro que não decidiu
Com 336 jogos, o meia-atacante de 32 anos é o quarto jogador que mais vestiu a camisa rubro-negro. Símbolo máximo das glórias recentes do Athletico, Nikão voltou após dois anos de baixa por São Paulo e Cruzeiro.
Mas a relação com o técnico uruguaio Martin Varini, já estremecida quando trabalharam juntos na Raposa, desandou. Durante o Brasileirão, ele chegou a ser afastado pelo ex-técnico, em decisão que dividiu internamente os bastidores do clube.
Após a saída de Varini, o atleta voltou a ganhar espaço na reta final com o ex-companheiro Lucho González no comando. Até fez alguns gols importantes, mas o que se viu foram lampejos daquele líder técnico e emocional, que sempre foi a referência do time.
Pablo: o homem-gol que não balançou as redes
Maior artilheiro do Furacão na Era dos pontos corridos, Pablo fez três gols na edição 2024. Ele chegou a ficar quase seis meses sem balançar as redes durante a competição. Dono de gols decisivos em sua história pelo Athletico, o atacante simboliza a ineficiência do ataque.
A seca assusta mais quando comparada ao início do ano, quando ele comandou o time no título do Campeonato Paranaense. Mas o ano do centroavante vai ficar marcado pela provocação feita ao rival Coritiba após a conquista.
“Tem clubes que caíram para a Segunda Divisão no ano do centenário, e a gente já conseguiu um título no começo da temporada”, disse Pablo, em abril.
Thiago Heleno: o general que não liderou a defesa
Sob o comando do General, a defesa foi o ponto forte do clube nos últimos anos. Em 2024, foi o contrário. As falhas e os gols por desatenção sofridos nos acréscimos em vários jogos fizeram a torcida sofrer. Aos 36 anos, Thiago Heleno sofreu com o declínio técnico na temporada.
Resta saber se o defensor, que só fica atrás do lendário Alfredo Gottardi Júnior, o Caju, em número de jogos pelo Athletico, seguirá para a sua décima temporada consecutiva no clube para a disputa da Série B.
Fernandinho: o craque que lutou até o fim
A situação do volante de 39 anos é diferente dos companheiros porque existem dois Athleticos na temporada: um com Fernandinho, outro sem.
Com ele saudável em campo, o Athletico teve 53% de aproveitamento, porcentagem do 6º colocado, classificado para a Libertadores. Mas uma lesão no adutor da coxa tirou o craque praticamente de todo segundo turno, fazendo com o que o time despencasse.
Na reta final, Fernandinho ainda foi para o sacrifício. Até foi relacionado e jogou alguns minutos finais de cada jogo, como uma espécie de última esperança contra o rebaixamento.