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‘Fiel escudeiro’ de Felipão, Murtosa curte aposentadoria e opina sobre futuro do técnico

Por
Fernando Rudnick
30/08/2022 00:13 - Atualizado: 04/10/2023 20:03
Felipão e Murtosa em treino da seleção em 2014.
Felipão e Murtosa em treino da seleção em 2014. | Foto: ALBARI ROSA/ALBARI ROSA

Fiel escudeiro do técnico Luiz Felipe Scolari por 32 anos, Flávio Teixeira, o Murtosa, enche a boca para descrever suas atividades mais corriqueiras aos 71 anos de idade.

“Hoje sou um grande pescador amador, bom tomador de chimarrão e comedor de churrasco. Cuido dos netos, dou atenção pra família. Quem vive no futebol não tem esse prazer”, conta o ex-auxiliar técnico de Felipão em mais de 15 clubes, além de duas passagens pela seleção brasileira e outra na portuguesa.

Felipão e Murtosa trabalharam juntos por 32 anos.
Felipão e Murtosa trabalharam juntos por 32 anos.

Depois da aposentadoria programada, Murtosa optou por se afastar o máximo possível do futebol e, enfim, desfrutar de tudo o que conquistou na carreira. A parceria iniciada em 1983, no Brasil de Pelotas, encerrou-se em 2017, após três temporadas no futebol chinês.

Felipão seguiu sua trilha no Palmeiras, em 2018, onde foi campeão brasileiro. Murtosa, contudo, manteve-se fiel à escolha de vida. “Nunca mais me vinculei na área esportiva. Tenho grande amizade, sou quase irmão do Felipão, mas até me distanciei para não ter a obrigação de cornetar ele. Se não tu fica envolvido”, reforça.

Distanciamento integral da bola, claro, é impossível para quem passou a maior parte da vida nos gramados. O eterno auxiliar acompanha o amigo de longe e está feliz com a campanha que levou o Athletico à semifinal da Libertadores, justamente contra o Palmeiras.

Ainda mais depois de como aconteceu a demissão do Grêmio em 2021, no meio da campanha que rebaixou o Tricolor gaúcho à Série B. "O Felipão mostrou que não é a pessoa que disseram que era, ultrapassado, velho. É o mesmo cara que trabalhei ao longo de 32 anos. Um cara de linha dura, correto, leal... Quero muito que passem à final", diz.

"Se tivessem tirado os jogadores que ele tinha pedido e a direção tivesse coragem de mantê-lo, o Grêmio não tinha caído", reforça o baixinho, como é carinhosamente chamado pelo técnico.

Em 2001, juntos no CT do Caju, hoje a casa de Felipão no Athletico.
Em 2001, juntos no CT do Caju, hoje a casa de Felipão no Athletico.

No CT do Caju, Scolari encontrou um ambiente favorável para trabalhar, respaldado pela direção e abraçado pela torcida. E onde sente-se bem, a tendência é que os resultados apareçam com o tempo. Foi assim em toda a vencedora carreira do treinador de 73 anos.

Mas o emblemático treinador do pentacampeonato não deveria parar e aproveitar a aposentadoria ao fim da temporada, assim como Murtosa? Ou ao menos deixar o campo e mudar de função, assumindo o cargo de diretor técnico, como o presidente Mario Celso Petraglia gostaria?

A resposta do é franca. "Como amigo, quero que ele vá pra casa dele tomar chimarrão, cuidar dos netos e se deliciar pelo que já fez na carreira", afirma Murtosa.

"Como torcedor, se ele sonha, se gostaria de dar sequência, nunca vou contra o que ele quiser. É uma decisão dele, da família dele. O amigo gostaria que ele parasse porque aí teria parceiro para tomar mate, comer churrasco e fazer resenha".

Para pescaria, no entanto, é o melhor deixar para lá. "Só gosta de pescar lambari. É o rei do lambari", gargalha o escudeiro.

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Fernando Rudnick é formado em jornalismo e pós-graduado em comunicação esportiva. Sempre repórter, começou a cobrir o dia a dia dos times paranaenses em 2009, quando entrou na Gazeta do Povo. Atualmente, é coordenador do UmDois Es...

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