Alvo após a saída de Cuca, Fernando Diniz recebeu salário do Athletico mesmo "demitido"
Demitido do Fluminense, Fernando Diniz é o principal cotado para assumir o cargo de técnico do Athletico após a saída de Cuca. O que mais contribui é a admiração mútua entre Diniz e Mario Celso Petraglia, presidente do conselho administrativo e homem-forte do Furacão.
Em 2018, Fernando Diniz foi afastado do Rubro-Negro a contragosto de Petraglia. O dirigente cedeu à pressão da torcida e demais diretores devido aos resultados ruins, mas não optou pela demissão imediata do treinador. Fernando Diniz continuou recebendo salário do Athletico enquanto fez cursos na Europa.
"Ele começou a não ir bem e veio a pressão interna dos sócios, dos conselheiros, da torcida, da imprensa. Nós não o demitimos. Conversamos, ele continuou conosco, mas dando um tempo para se preparar melhor, fazer estágio na Europa, para então voltar em 2019 e pegar o time sub-20", contou Petraglia em uma entrevista ao Bola da Vez, da ESPN, em 2019.
"O trabalho repercutiria como no clube como um todo e, então, subiria [para o time principal]. Infelizmente para nós e felizmente para ele o Fluminense fez a proposta. Ele optou por ir, senão estaria conosco", completou o dirigente rubro-negro na época.
Petraglia vê Diniz fundamental para sucesso de Tiago Nunes
O afastamento de Diniz em 2018 possibilitou a ascensão de Tiago Nunes, que seria o comandante do Athletico na conquista da Copa Sul-Americana 2018, o primeiro título continental da história do clube.
Diniz deixou o time na vice-lanterna do Brasileirão, com nove pontos. Com Nunes, a reação fez com que o clube acabasse o torneio nacional em sétimo lugar, com 57 pontos.
No entanto, Petraglia também dá os créditos da recuperação do Athletico naquela temporada para Fernando Diniz.
"Foi só a impressão (de que os jogadores só renderam com o Tiago Nunes). O Fernando Diniz deixou um legado, um residual muito forte para o Tiago Nunes. E o Tiago, inteligentemente aproveitou, deu continuidade", apontou Petraglia ao Bola da Vez.
Vale lembrar que, ao ser afastado no Athletico, Diniz tinha cinco vitórias, sete empates e nove derrotas em 21 jogos. Contudo, em abril daquele ano, o time era apontado como o detentor do futebol mais vistoso do país.
O que levou o Athletico a acreditar no Fernando Diniz em 2018
Na mesma entrevista para a ESPN, Petraglia ainda rasgou elogios ao treinador. Para o presidente rubro-negro, Fernando Diniz estava acima dos demais após ter tido destaque com o Audax, que foi vice-campeão paulista em 2016.
"Vimos que ele estava um ponto acima no gráfico. Ele é intuitivo, inteligente e dedicado", disse.
Além disso, o dirigente justificou que o orçamento do Athletico não permitia grandes investimentos em jogadores renomados.
"O Athletico não tem os R$ 600, 800 milhões de receita, que tem Flamengo, Palmeiras e talvez São Paulo. Como nosso fluxo de caixa não permite contratar os melhores atletas, os mais caros, pensamos em criar um modelo, um sistema eficaz, com atletas não tão caros. Essa foi a proposta", comentou.
Atualmente, mesmo com superávit líquido de R$ 383,2 milhões após receita de R$ 898,9 milhões em 2023, a política do clube segue a não contratações de atletas caros.
Inclusive a chegada de reforços foi um dos pontos de irritação de Cuca com a diretoria. O treinador tentou a negociação até mesmo com Gabigol, atacante do Flamengo, e enxergava que o elenco rubro-negro precisava de reforços.