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A noite do reencontro perfeito entre Fernandinho, Athletico e uma torcida apaixonada

Por
Fernando Rudnick
21/07/2022 11:26 - Atualizado: 04/10/2023 20:11
A noite do reencontro perfeito entre Fernandinho, Athletico e uma torcida apaixonada
| Foto: Átila Alberti/UmDois Esportes

O chamado mais esperado da noite só aconteceu aos 23 minutos do segundo tempo. O Athletico já vencia o Atlético-GO por 3 a 0 quando a Arena da Baixada passou a comemorar uma iminente substituição como se fosse gol, literalmente.

Primeiro, correram em direção ao banco de reservas o atacante Vitor Roque e o lateral Pedrinho, cujas idades combinadas somam 37 anos. Na sequência, com passadas bem mais cuidadosas, Fernando Luiz Roza deixou a área de aquecimento – ele próprio com 37 e quase duas décadas de carreira profissional – para finalmente concretizar seu sonho.

Fernandinho queria voltar para casa. Passaram-se 17 anos desde que o londrinense franzino e veloz deixou o CT do Caju para iniciar uma brilhante jornada na Europa. E então, como num piscar de olhos, ali estava ele vestindo novamente a camisa do clube que o projetou. Agora com nova grafia, listras diagonais e o número cinco nas costas ao invés do dez utilizado em sua amarga despedida, a final da Libertadores de 2005.

Mas o sentimento recíproco, esse, segue intacto. “Voltei para o lugar que adoro e sou adorado, que respeito e sou respeitado. Acima de qualquer coisa, tudo que estava buscando, procurando, encontrei no Athletico”, resumiu o jogador após sua reestreia diante de 23 mil pessoas em um estádio que também se transformou após sua transferência para o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, onde ficou por oito temporadas.

Depois, foram mais nove na Inglaterra. Capitão e maior vencedor da história do Manchester City. Virou volante, às vezes até zagueiro. Jogou duas Copas do Mundo. Acertou, errou, aprendeu e se tornou modelo de profissionalismo. Absorveu conhecimento direto da fonte do obcecado técnico Pep Guardiola. Acostumou-se a competir – e a vencer – no mais alto nível do futebol mundial.

Por isso, talvez, não tenha notado os milhares de celulares iluminando o estádio enquanto o público gritava seu nome. "Ah, é Fernandinho! Ah, é Fernandinho!". Seu foco, assim que pisou em campo, estava no jogo.

"Foi um noite muito boa. O time jogou bem, começou bem, desempenhou um bom papel e fechou com chave de ouro. Fico feliz por estar retornando e, principalmente, por iniciar minha nova caminhava aqui com vitória", destacou o veterano, que comemorou muito com a torcida enquanto a esposa e os filhos vibravam em um camarote do Joaquim Américo.

Ao todo, foram 19 minutos em campo para matar as saudades. Deu tempo de tentar 18 passes (16 certos), um lançamento, uma falta, além de dois cruzamentos. O último deles, aliás, encontrou com precisão a cabeça do meia Léo Cittadini. Ou seja, como cartão de visitas, a assistência para o gol que fechou a goleada por 4 a 1 em uma noite inesquecível. O presente foi um abraço coletivo.

Goleada sobre o Atlético-GO fez Furacão superar campanhas anteriores.
Goleada sobre o Atlético-GO fez Furacão superar campanhas anteriores.

"Fernandinho é outro estilo, né? Qualidade maior na distribuição de jogadas. Ele tem que ir se adaptando à nossa forma de jogar, aos novos companheiros. O treino dele foi o jogo", elogiou o técnico Felipão, que, talento à parte, celebrou outro diferencial do jogador.

"Identificado com o Athletico, isso é o melhor. Identificado com o Athletico. Ele não precisava vir. Podia escolher o time que quisesse. Esse é o Fernandinho", afirmou o treinador.

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A volta para casa, sem dúvida, tem um quê de "acerto de contas" para o volante e ele deixou isso claro. Unfinished business, como dizem os britânicos. Em 2004, Fernandinho foi vice-campeão brasileiro. No ano seguinte, vice da Libertadores. Não é assim que ele quer ser lembrado.

O retorno coincide com a temporada de maior investimento da história atleticana e, ao que parece, também representa a melhor chance de conquistar os mesmos títulos que ficaram "em aberto" no passado. A equipe está na quarta colocação da Série A com o campeonato quase na metade e vivíssima na maior competição continental, com o Estudiantes pela frente nas quartas de final.

"Assim como nós tivemos um time competitivo, que disputou o Brasileiro e a final da Libertadores naquela época, espero que em termos de resultado a gente possa ser melhor do que foi 17 anos atrás", cravou Fernandinho.

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Fernando Rudnick é formado em jornalismo e pós-graduado em comunicação esportiva. Sempre repórter, começou a cobrir o dia a dia dos times paranaenses em 2009, quando entrou na Gazeta do Povo. Atualmente, é coordenador do UmDois Es...

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