Ex-presidentes do Athletico comentam novo nome Estádio Mario Celso Petraglia
O Conselho do Athletico aprovou, na última segunda-feira (26), a mudança do nome institucional do estádio de Joaquim Américo para Mario Celso Petraglia. A decisão dividiu opiniões entre a torcida, mas teve escolha unânime dos conselheiros, que escolheram homenagear em vida o histórico mandatário rubro-negro.
"Foi um dia de celebração, de reconhecimento da história de Mario Celso Petraglia à frente do nosso clube. Deixamos bem claro o nosso respeito a Joaquim Américo Guimarães, a história nunca será apagada. Mas faremos questão de sempre lembrar de Joaquim Américo Guimarães e passamos isso também para sua família. E estamos abertos ao diálogo para que a gente possa fazer esse reconhecimento", afirmou o presidente do Conselho Deliberativo do Furacão e um dos pioneiros da pauta, Aguinaldo Coelho de Farias.
"Quanto ao Petraglia, por várias vezes, desde 2007, cansei de ver ele se doando para este clube, juntamente com a diretoria. Depois, em 2012, em sua volta, com a Arena da Baixada, depois de pronta, efetivada e sob sua liderança. Nada melhor que esse conselho, todos os sócios e torcedores, celebremos 100 anos de Athletico e 80 anos de Petraglia com o Estádio Mario Celso Petraglia", acrescentou Farias.
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Com toda repercussão da mudança, que podemos categorizar de repentina, o UmDois Esportes ouviu alguns ex-presidentes que participaram da história dos últimos 30 anos do clube e reúne a opinião deles sobre a alteração histórica da nomenclatura do estádio para homenagear Petraglia.
Até a publicação da matéria, seis presidentes responderam à reportagem e apenas um deles não quis opinar por não participar mais ativamente do clube. Caso os demais dirigentes se pronunciem, o texto será atualizado.
Presidentes falam sobre alteração do nome da Arena e acreditam que homenagem a Petraglia foi justa
José Carlos Farinhaki, presidente entre 1990 a 1993
"Mais do que justa. O Petraglia foi alguém que transformou o Athletico na potência que é hoje. Tenho a honra muito grande de apoiar esse projeto [estádio] e outros projetos que o Petraglia fez, mas acima de qualquer coisa está o Athletico. Todos sabem a importância de Joaquim Américo, mas agora já são 100 anos. E agora nada mais justo em vida homenagear o grande presidente que fez a diferença no nosso clube. Foi muito justa e eu apoio totalmente. Achei correto homenagearem em vida, depois que a pessoa vai embora não adianta homenagear".
Hussen Zraik, presidente em 1994 e 1995
"Eu sou a favor, conheço bem aquilo lá e sei como era o Athletico. Eu fui dirigente, fui ex-presidente, e sei como o clube está hoje. Então, a mudança teve meu apoio total. Em relação à desomenagear Joaquim Américo, realmente ficou uma lacuna. A gente vai ter que pensar em outra maneira para não deixarmos o nome Joaquim Américo esquecido. Vamos ter que dar um jeito, pensar em outra homenagem, e que seja de uma maneira perpétua. Vamos estudar. Depois de 100 anos se tira o nome de uma pessoa e se coloca o de outra, até pode ser uma injustiça. Mas tínhamos que fazer justiça, porque o Athletico cresceu tanto hoje com o Petraglia e tínhamos que homenageá-lo em vida".
Marcus Coelho, presidente em 2001, ano do título do Campeonato Brasileiro
"Eu acho que esta homenagem a quem tanto fez pelo Athletico é justa. É muito bom o Athletico reconhecer e ser grato, então eu vejo como uma homenagem justa em vida. Mas não concordo da maneira como eles escolheram para fazer a homenagem. Acho que o conselho não foi feliz da forma como conduziu as coisas. Você não homenageia alguém desomenageando outra, especialmente uma figura tão importante para a história como foi Joaquim Américo. O Athletico tem 100 anos e tem diversos personagens que contribuíram para que o clube chegasse nesses 100 anos. O Joaquim Américo de uma forma decisiva na fundação, na escolha do terreno onde fica o estádio. No meu ponto de vista, confundiram uma homenagem justa e merecida, mas de uma forma atentatória à história do clube. Cria-se um precedente, de tal maneira que a perpetuidade, que é a ideia, ela não possa acontecer".
João Augusto Fleury, presidente de 2004 a 2008
"Eu achei a homenagem muito válida. O Mario tem um mérito inquestionável. Ele se destacou extremamente em relação aos demais presidentes pelos feitos dele, ele tem quase 30 anos dedicados exclusivamente ao clube. Eu conheço ele desde os anos 80, quando ele participava ativamente, de maneira anônima, nas gestões administrativas dos presidentes. O feito dele é inédito, não se pode comparar o nome dele com quem quer que seja que tenha sido importante na história do Athletico no século. As homenagens são sempre válidas. O Mario merece muito e ele só não recebeu homenagens antes porque ele sempre foi muito avesso a isso. Ele via algumas homenagens como tipo de vantagens, e se os conselheiros decidiram assim, fizeram com sabedoria, porque o Mario é realmente a pessoa que mais ofereceu ao Athletico uma dedicação proativa, com capacidade de realização e transformação".
Marcos Malucelli, presidente de 2009 a 2011
"Aquele terreno que o Athletico recebeu do Joaquim Américo Guimarães pouco representa no que o Athletico tem agora, depois disse foram comprados e incorporados os outros terrenos do entorno. Hoje, aquele terreno é uma parcela do que o clube tem. E aquele antigo estádio, não exista mais há algum tempo, já teve com a primeira reforma e agora para a Copa do Mundo. Hoje é uma arena moderna, atualizada. Somando tudo isso, eu acho que é uma homenagem justa que se faz ao Petraglia. Embora eu tenha algumas diferenças com ele, principalmente comportamentais, mas não posso deixar de reconhecer que ele faz jus a esta homenagem. Eu vejo com bons olhos. Embora também tenha partido de um conselho que não tem por costume contrariar o desejo de Mario Celso Petraglia. Com todo respeito à família de Joaquim Américo Guimarães, ao neto dele, que é meu amigo, mas na verdade é que aquele estádio não existe mais há muito tempo. Mas acho justo que se faça uma outra homenagem para Joaquim Américo".