Ex-Athletico e Bolívar, atacante compara rivais: “Clubes com ambições muito grandes”
O atacante Gabriel Poveda teve passagens breves por Athletico e Bolívar, mas admite que os rivais das oitavas de final da Libertadores têm muito em comum. Os times duelam na partida de ida nesta terça-feira (1º), às 21h, no Estádio Hernando Siles, em La Paz.
Poveda destacou que Furacão e Os Celestes vêm crescendo nos últimos anos com boas gestões, investimento em estrutura e torcidas apaixonadas. No Brasil, o Athletico é referência em gestão com Mario Celso Petraglia e tem elevado a cada ano o patamar do clube.
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Mas o Bolívar não fica atrás, pelo menos dentro da Bolívia. O empresário boliviano Marcelo Claure assumiu o clube em 2008 com objetivo de transformá-lo em potência, com direito de administrá-lo por 20 anos. Em 2021, por exemplo, virou o primeiro parceiro do Grupo City na América do Sul.
O próximo passo é o Plano Centenário, com metas ousadas para 2025. Ser o primeiro time boliviano a ganhar uma Sul-Americana ou chegar à final da Libertadores, aumentar a arrecadação e os títulos anuais e a inauguração do novo estádio estão entre elas - esta última começa justamente no dia da partida contra o Furacão, em que o presidente deverá mostrar a primeira parede da nova arena.
"O Bolívar tem um centro de treinamento de dar inveja a grandes clubes aqui do Brasil. O Athletico também tem, tem um complexo para atender tanto a base quanto o profissional. Eu vejo os dois clubes com uma ambição muito grande. O Athletico bicampeão da Sul-Americana nos últimos, chegou novamente à final da Libertadores. O Bolívar acredito que vai tardar um pouco mais, mas é um clube muito organizado e que também mira alto", explicou Poveda.
Gabriel Poveda atuou pelo Athletico em 2019 por empréstimo do Alverca, de Portugal. Foram apenas seis jogos pelo Paranaense, que terminou com título. O atacante ainda fez mais cinco jogos pelo sub-23, no Brasileirão Aspirantes, com um gol marcado.
Depois, passou por Juventude, Brasil de Pelotas e Sampaio Corrêa - onde terminou como artilheiro da Série B 2022 e despertou o interesse dos bolivianos. Mas a passagem pelo time celeste também foi breve, por cinco meses, com apenas 16 jogos, com seis gols e uma assistência. Na semana passada, Poveda, que ainda pertence ao time português, fechou com o Avaí por empréstimo até junho de 2024.
Em contato com o UmDois Esportes, o centroavante também falou por que não de adaptou à altitude, sua escolha por ter ido ao clube boliviano, mais sobre o rival do Rubro-Negro e chegou a dar um "pitaco" sobre como o time de Wesley Carvalho pode sair com um bom resultado de La Paz.
Veja a entrevista com Gabriel Poveda
Chegada
"Cheguei ao Bolívar depois da artilharia na Série B com o Sampaio Corrêa. Foi uma parceria com o Grupo City. Me foi apresentado esse projeto do Bolívar, que já de cara eu gostei bastante e aceitei o desafio".
Bolívar
"O Bolívar é o maior time da Bolívia. É um clube que, ao longo dos anos, vem se estruturando bastante, tem um dono que foca em estrutura e quer levar o clube a outro patamar. E o que me chamou mais a atenção lá foi isso. Em um país que você tem outros clubes grandes, como o rival The Strongest, mas você ter um clube como o Bolívar, que na questão de estrutura e de todo contexto de clube em si está em um patamar muito acima dos outros clubes do país. O Bolívar também tem uma torcida muito apaixonada".
Altitude
"A adaptação na altitude foi realmente um problema para mim. É uma coisa muito complexa, em todo ambiente futebolístico, desde a velocidade da bola até a coisa que mais me atrapalhou que foi a questão da respiração. Fica muito mais difícil. No começo, eu senti muita dor de cabeça, tontura, dificuldade para dormir, mas essa coisas logo foram superadas. O que realmente me atrapalhou durante todo esse tempo foi a questão da respiração, que me impossibilitava que eu mantivesse um jogo dinâmico, contínuo, coisa que eu fazia aqui no Brasil".
Comparações entre Athletico e Bolívar
"Eu passei pelo Athletico em 2019, foi um clube em que tive uma ótima experiência. Tem uma estrutura fantástica, que é uma coisa em comum entre os dois clubes. São clubes que pensam primeiro em organizar a casa, em um ambiente e uma estrutura de trabalho de ótima qualidade para os jogadores. O Bolívar tem um centro de treinamento de dar inveja a grandes clubes aqui do Brasil. O Athletico também, tem um complexo para atender tanto a base quanto o profissional. Eu vejo os dois clubes com uma ambição muito grande".
"O Athletico bicampeão da Sul-Americana nos últimos, chegou novamente à final da Libertadores. O Bolívar acredito que vai tardar um pouco mais, mas é um clube muito organizado e que também mira alto. Acredito que nos próximos anos vai se tornar uma figurinha repetida nas principais competições continentais. Então, tem esse pensamento em comum dos dois clubes".
Estratégia para o Athletico
"O Athletico tem um time muito qualificado, com peças que podem mudar um jogo a qualquer momento. O Bolívar também vem de uma fase de grupos da Libertadores muito boa, em um grupo que tinha o Palmeiras e todos davam o Bolívar como um time que brigaria apenas pela Sul-Americana. Vai ser um grande jogo. O que diria é para o Athletico tentar trazer um bom resultado de La Paz, porque o Bolívar é um time muito forte na altitude. É um primeiro jogo que pode definir toda essa classificatória. O Athletico tem que ir mais resguardado, porque o Bolívar, realmente, com mando de campo, ao lado da torcida, que é muito apaixonada, tenho certeza que o estádio estará lotado. Então, vai ser um jogo muito difícil".
