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Entrega total, laços familiares e dieta especial: conheça Canobbio, do Athletico

Canobbio, reforço do Athletico.

Osvaldo Canobbio, centroavante uruguaio que atuou entre 1994 e 2010, passou o sobrenome, a dedicação e a paixão pelo futebol para o filho mais velho, Agustín Canobbio. O talento nem tanto.

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“Ele é melhor, de longe. Com vários corpos de vantagem”, garante, sem titubear o atual treinador da base do Liverpool, de Montevidéu.

“Eu era mais goleador, um camisa nove – nove mesmo. Gostava da área. Mas tecnicamente, ele tem muito mais repertório futebolístico”, admite Osvaldo.

Agustín e Osvaldo Canobbio. Foto: Reprodução/Instagram.

Isso não quer dizer que a principal contratação do Athletico para a temporada – e a mais cara da história do clube – seja um craque, inclusive na visão paternal. Ao mesmo tempo, o comentário também passa longe de ser um demérito para o melhor jogador da liga uruguaia em 2021, campeão pelo time do coração, o Peñarol.

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“Não creio que ele seja um craque. E ele sabe claramente disso. É um jogador que se sacrifica pela equipe e deixa tudo em campo”, explica Osvaldo, que acompanha o filho na primeira semana em Curitiba.

“Se ele tem que jogar de lateral, vai jogar. Se tem que jogar de ponta, vai jogar. Se tiver que jogar no meio, vai jogar – e vai deixar tudo pela equipe. Ele é bastante inteligente nesse sentido”, exemplifica o patriarca dos Canobbio, que já foi técnico do próprio filho nas categorias de base do Fénix.

“Falavam que ele só jogava porque era meu filho, diziam que nunca o tiraria do time. Uma vez estávamos perdendo e eu o saquei no primeiro tempo. A partir dali, tirei toda a pressão que ele carregava. Quatro meses depois, foi chamado para subir para o profissional”, recorda.

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Agustín na base do Fénix. Foto: Reprodução/Instagram

Vale o hype?

Aos 23 anos, Agustín Canobbio desembarcou no CT do Caju custando R$ 15,2 milhões, investimento que superou o do argentino Tomás Cuello no ranking histórico do Furacão. O atleta, contudo, ainda é desconhecido para boa parte da torcida, mesmo já tendo enfrentado o Rubro-Negro na última Sul-Americana.

Apesar de ter recebido a camisa nove, o uruguaio é um meia de origem, que ocupa muitos espaços no campo, e que usa a potência física a seu favor. Com um ótimo um contra um, pode jogar tanto pelo lado direito quanto pelo esquerdo.

“Canobbio é um gerador de jogo, colabora muito na marcação, é muito tático. Seu objetivo é estar na Copa do Mundo no Catar”, avalia o jornalista Pablo Benítez, do jornal El Observador.

Para Enrique Arrillaga, do Ovación, o meia se confirmou como grande jogador no último ano. Recuperado de um ruptura no tendão de Aquiles, Canobbio terminou o Torneio Apertura em alta no Fénix, do técnico Juan Ramón Carrasco, e retornou de empréstimo para liderar os Carboneros.

“A versão 2021 do Canobbio foi totalmente renovada. Explosivo, veloz, encarador e com muita confiança. Foi a figura da temporada, muito regular. É uma contratação interessantíssima”, afirma o jornalista.

Canobbio segue dieta restrita. Foto: Reprodução/Instagram

Sem glúten e longe de casa

No Furacão, Cannobio se junta aos compatriotas David Terans e Pablo Siles. No entanto, o tradicional assado uruguaio deve ficar fora do cardápio do reforço atleticano, pasmem.

Adepto de uma dieta restrita, sem glúten, Agustín credita parte de sua evolução física aos cuidados com a alimentação. “Ele tem uma dieta especial há dois anos, que lhe deu muito êxito, e que ele não larga. Não come glúten, não come doces, somente proteínas e carboidratos em horários específicos”, conta Osvaldo.

A presença de uruguaios e de outros cinco latinos no elenco, no entanto, tende a facilitar muito a adaptação de quem, na vida adulta, não apenas muda-se de país pela primeira vez, como também deixa para trás a casa dos pais em Montevidéu.

Canobbio tem fortes laços familiares. Foto: Reprodução/Instagram

Com laços familiares muito fortes, sempre vivendo ao lado dos pais e dos irmãos, Canobbio rompe o cordão umbilical pelo sonho.

“Ele está feliz pela possibilidade de vir para uma equipe como o Paranaense, em crescimento, com projeto muito grande, ambicioso. E gosta desse desafio. O futebol brasileiro, se não é o melhor do mundo, é um dos melhores”, elogia o pai.

“Agustín tem uma competitividade muito grande e gosta de competir contra os melhores. Depois, o campo dirá se está à altura do desafio. Só depende dele”.

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