Adversário do Athletico

Destaques, pontos fracos, tabu e time-base: raio-X do Alianza Lima

Alianza Lima

O Athletico vai enfrentar um “velho” conhecido na estreia da fase de grupos da Libertadores: o Alianza Lima, que já apareceu no caminho do clube em 2000, quando disputou o torneio continental pela primeira vez na história. O jogo está marcado para terça-feira (4), às 19h, no Estádio Alejandro Villanueva, pela primeira rodada do Grupo G.

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Além do Alianza, o Furacão também divide o grupo com outro brasileiro, o Atlético-MG, e o Libertad, do Paraguai.

O UmDois Esportes preparou um raio-x sobre o time peruano.

+ Jogos do Athletico na Libertadores 2023; veja a tabela

Como chega?

Na disputa da Liga 1, o Campeonato Peruano, o Alianza Lima atualmente ocupa a primeira colocação, com 18 pontos em oito jogos, sendo seis vitórias e duas derrotas. No último sábado (1º), a equipe venceu o Cienciano por 2 a 0 em casa.

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No ano passado, o Alianza Lima caiu no Grupo G da Libertadores, ao lado de Fortaleza, Colo-Colo e River Plate – não venceu nenhum jogo, terminando a fase de grupos na lanterna, com cinco derrotas e um empate. Na atual edição, a equipe se classificou para a fase de grupos após ter sido campeão peruano em 2022.

Na opinião do jornalista e scout peruano Manuel Bracho Zapata, o Alianza não deu sorte em cair em um grupo com duas equipes brasileiras.

“É um grupo complicado. É muito difícil competir contra dois clubes brasileiros que objetivam ganhar a Libertadores. Por isso, acredito que o Libertad seja o adversário direto do Alianza, mas tudo vai depender muito de como vai ser esse primeiro jogo contra o Athletico, onde a equipe se vê obrigada a vencer, até para dar ânimo”, disse o especialista na história do clube peruano.

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Para Zapata, o Alianza terá que aproveitar os espaços deixados pela equipe de Paulo Turra e tentar sair no contra-ataque.

“Creio que apesar da necessidade, o Alianza não sairá para o ataque, sendo ofensivo, mas vai esperar para atacar com muita cautela”, avalia.

+ Confira a tabela da Libertadores

Incômodo jejum

Adversário do Athletico na estreia da Libertadores 2023, o Alianza Lima amarga um longo e incômodo jejum no torneio continental. A equipe peruana não vence na competição desde 2012, ou seja, há 11 anos. É o pior histórico negativo da história de uma equipe na competição.

A última vitória do clube foi contra o Nacional-URU, quando venceu por 1 a 0, em Lima, na fase de grupos, no dia 13 de março de 2012. De lá para cá foram 29 jogos na Libertadores, com 24 derrotas e cinco empates.

Na Libertadores do ano passado, o Alianza foi massacrado e goleado por 8 a 1 pelo River Plate na fase de grupos, no Monumental de Núñez, a pior derrota em sua história na Libertadores. Julián Álvarez balançou a rede seis vezes.

E contra brasileiros?

O Alianza Lima já enfrentou 12 brasileiros na Libertadores: Botafogo, Cruzeiro, Sport, Guarani, Grêmio, Athletico, São Caetano, São Paulo, Vasco, Palmeiras, Internacional e Fortaleza. E o histórico é bastante negativo: foram 26 derrotas em 28 jogos, com somente duas vitórias.

A equipe peruana venceu equipes brasileiras apenas duas vezes – Guarani em 1988 e Cruzeiro em 1997.

Técnico

O Alianza Lima é comandado pelo peruano Guillermo “Chicho” Salas, de 48 anos, que foi lateral-direito até 2012. Ele está à frente da equipe desde o ano passado, depois da saída de Carlos Bustos, e teve o contrato renovado para 2023. O treinador já teve passagem pela seleção do Peru.

Até agora, Guillermo tem 19 partidas pelo Alianza, sendo 15 vitórias, quatro derrotas (Univ. César Vallejo e Melgar em 2022 e Sporting Cristal e Sport Huancayo em 2023) e nenhum empate. Ele ainda não perdeu nenhuma partida como mandante.

“Na Libertadores não há adversário fácil, todos são difíceis. Não estava, claro, nos nossos planos enfrentar duas equipes brasileiras, mas foi assim. Com muita responsabilidade e tranquilidade. Sabemos quem eles são, como jogam e o que representam, mas muito conscientes que temos um bom elenco, bons jogadores, um grupo que quer competir, ganhar e se classificar; Tenho certeza que vai ser uma boa Libertadores para nós”, disse à emissora GOLPERU após o sorteio dos grupos.

Guillermo “Chicho” Salas, técnico do Alianza Lima

Pontos fortes e destaques

Dentre as virtudes do Alianza está a solidez defensiva e o bom desempenho como mandante. A equipe não perde em casa há 10 jogos – a última derrota foi em setembro, para o rival Universitario. Na Liga Peruana, tem como característica de jogo sair pressionando alto e tentando sempre fazer um gol no primeiro tempo.

Os principais destaques da equipe são Bryan Reyna, um ponta esquerda rápido, que costuma desequilibrar no 1 contra 1. Ele costumava ser titular a seleção peruana, mas na última Data Fifa não foi convocado devido a uma pequena lesão.

Outro jogador para ficar de olho é o atacante colombiano Pablo Sabbag, artilheiro da equipe na temporada, com três gols. É o tipo de jogador que, se tem uma chance, costuma aproveitar, sabendo ocupar bem os espaços e é rápido. Ficar de olho também no meia Jairo Concha, jogador dinâmico, participativo e de boa técnica, com passos em profundidade que costumam gerar perigo, mas não é tanto de prender a bola.

ablo Sabbag e Bryan Reyna, destaques do Alianza Lima

Dois jogadores experientes e que já passaram pelo futebol brasileiro defendem o Alianza Lima: o meia Cueva (31 anos) e o atacante Hernán Barcos (38 anos). O primeiro foi contratado em março, emprestado por seis meses pelo Al Fateh, da Arábia Saudita. Ex-São Paulo, o peruano já tinha jogado no Alianza há oito anos, e depois foi para o Tolouca-MEX.

Barcos também é outro jogador muito querido no clube, considerado um ídolo, mas pelo atual estilo de jogo que se propõe o Alianza, é opção para o banco de reservas. Cueva, por outro lado, tem chances de ser titular, mas vai depender das condições físicas.

Cueva e Hernán Barcos, que já atuaram no futebol brasileiro, hoje no Alianza Lima

O Alianza manteve a sua base do ano passado, e teve apenas a saída do colombiano Arley Rodríguez entre os titulares. Além disso, se reforçou com nomes como Zambrano, Santiago García, Jesus Castillo, Bryan Reyna, Gabriel Costa, Christian Cueva, Pablo Sabbag e Franco Zanelatto.

Pontos fracos

Entre os pontos negativos do Alianza estão o meia Ballón e o lateral-esquerdo Ricardo Lagos, jogadores que defensivamente estão abaixo do nível da equipe. Além disso, em 2023 o time ainda não encontrou um padrão de jogo, vencendo as partidas na base da qualidade individual, mas não tem funcionado muito no aspecto coletivo.

Esquema tático e time-base

O Alianza Lima joga no esquema tático 4-3-3. Contra o Athletico, a tendência é que a equipe mude a proposta de jogo, diferente de como atua pela Liga Peruana, propondo o jogo, com toques curtos e posse de bola.

“Até pelo respeito que tem pelo Athletico, atual vice-campeão da Libertadores e sem dúvidas uma das melhores equipes do Brasil, o Alianza vai esperar para atacar, mesmo sendo o mandante, sendo um pouco mais defensivo, e também conhecendo as suas limitações. Acredito que será uma partida bastante tática”, opina o jornalista Zapata.

Outra possibilidade é jogar no 4-4-2, com Campos; Peruzzi, Zambrano e García e Lagos; Ballon, Castillo, Bryan Reyna e Gabriel; Pablo Sabbag e Christian Cueva.

Velho conhecido

O Athletico já enfrentou o Alianza em 2000, ano em que disputou a Libertadores pela primeira vez. No Peru, o Furacão venceu com tranquilidade por 3 a 0, com gols de Luisinho Netto, Lucas e Kelly. No jogo em Curitiba, mais uma vitória rubro-negra, por 2 a 1, com gols de Luisinho Netto e Lucas.

Alianza Lima foi o primeiro adversário do Athletico na história da Libertadores, em 2000 (Foto: Arquivo Gazeta do Povo)

História e títulos

Com 122 anos história, o Alianza Lima é o segundo time do Peru com mais títulos nacionais (25), um a menos que o Universitario. Fundado em 1901, “Los Blanquiazules” é o atual bicampeão da Liga, após levantar o troféu em 2021 e 2022.

Estádio

O Alianza manda seus jogos no estádio Alejandro Villanueva, e comporta 33.938 mil torcedores.  Também chamado popularmente de “Matute” (nome do bairro), foi inaugurado oficialmente em dezembro de 1974 e primeiramente  chamado de Estádio Monumental, mas depois passou a levar o nome de um ex-jogador do clube, por um pedido em massa dos torcedores em 1981.

Jogos do Athletico na Libertadores

1ª rodada – 4 de abril, terça-feira – 19h – Alianza Lima x Athletico
2ª rodada – 18 de abril, terça-feira – 21h – Athletico x Atlético-MG
3ª rodada – 4 de maio, quinta-feira – 21h – Libertad x Athletico
4ª rodada – 23 de maio, terça-feira – 19h – Atlético-MG x Athletico
5ª rodada – 6 de junho, terça-feira – 19h – Athletico x Libertad
6ª rodada – 27 de junho, terça-feira – 19h – Athletico x Alianza Lima

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