De promessa à saída conturbada do Athletico; Nathan hoje vive momento distinto no Galo
Uma das joias do CT do Caju na última década acabou se tornando uma "dor de cabeça" com o passar do tempo. Quem aí não se lembra da saída conturbada do meio-campo Nathan do Athletico?
Natural de Blumenau-SC, o jovem chegou ao Furacão em 2009, com apenas 13 anos. "Trouxemos ele do futsal catarinense quando eu era diretor da base. Era um menino que despertava muito interesse em nós, pois era bom jogador e se comunicava muito bem, conversava com todo mundo", relembra Ricardo Drubscky, ex-diretor e técnico do Athletico.
Três temporadas depois, Nathan assinou o seu primeiro contrato profissional com o clube, com vínculo de cinco anos. Entretanto, uma regra da Fifa reduzia o tempo inicial a três temporadas - uma cláusula no contrato previa renovação automática por mais dois anos.
Neste período, o meio-campo se destacou nas categorias de base do Rubro-Negro, chegando a vestir a camisa da seleção brasileira e ser um dos protagonistas no Mundial Sub-17 de 2013.
No ano seguinte, Nathan foi alçado ao time profissional, tendo estreado já na disputa da Libertadores da América. No total, foram 22 partidas disputadas naquela temporada e um gol marcado.
Ainda em 2014, Nathan e Athletico entraram em atrito. O jogador já não queria mais permanecer na Arena da Baixada. Na época, o clube ainda ofereceu um reajuste salarial ao atleta, que não aceitou e brigava para rescindir seu vínculo na Justiça. Nathan alegava que foi coagido quando assinou o contrato profissional.
"O atleta havia proposto a ação na época, já que o Athletico possuía um contrato de gaveta. Ele ingressou na Justiça do Trabalho, conseguiu uma liminar, o clube havia conseguido uma outra liminar, até que houve um acordo entre as partes", destaca o advogado Marcelo Ribeiro, que defendeu o meia.
Já em 2015, os familiares de Nathan chegaram a vender bens para pagar R$ 2,4 milhões ao Furacão para ficar livre no mercado. O clube contestou o valor e as partes só entraram em acordo em abril daquele ano, com o atleta sendo negociado, de forma até surpreendente, com o Chelsea, da Inglaterra, rendendo cerca de R$ 23 milhões ao Rubro-Negro.
A chegada ao Galo
Após ser comprado pelo Chelsea, pelo qual Nathan nunca atuou, ele acabou rodando por clubes de menor expressão da Europa - Vitesse, da Holanda, Amiens, da França, e Belenenses, de Portugal.
Em 2018, o meia retornou ao futebol brasileiro para atuar no Atlético-MG por empréstimo. Após uma boa temporada no ano seguinte, se transferiu de forma definitiva para o Galo por cerca de R$ 17 milhões.
Na atual temporada, o meia tem sido reserva, tendo entrado em 37 jogos e marcado três gols. O seu último jogo foi justamente contra o Athletico, na Arena da Baixada, pelo Brasileirão.
"Ano passado, sob o comando do Sampaoli, o Nathan fez um bom início de Brasileiro, com alguns gols e atuações importantes. Tinha feito um bom Mineiro, por isso o clube resolveu comprá-lo, muito por conta da aprovação de Sampaoli. No momento da compra, a torcida até aprovou, já que vinha bem, apesar de nunca ter sido indiscutivelmente titular. Mas sempre foi um atleta que oscilou", destaca o jornalista Fernando Martins, do site O Tempo.
Assim como Ricardo Drubscky havia destacado sobre o início da carreira de Nathan, Fernando Martins ressalta a importância do jogador para o elenco do Galo. "Em termos de grupo, é um jogador fundamental. Todos gostam dele e ele é o organizador dos encontros entre os jogadores nos dias de lazer", frisa o jornalista.
MARCELO CIRINO - ESPECIAL ATHLETICO COPA DO BRASIL 2019 | Dois Um Podcast #31