Criticado pela torcida, o técnico Cuca colocou o cargo à disposição após a sequência de tropeços do Athletico. Em meio às cobranças por um elenco mais forte no ano do centenário do clube, em que foi vendida “a ideia de título”, o comandante rubro-negro não escondeu a irritação com os xingamentos dos torcedores após o empate com o Corinthians.
“Tem momento que você não vai dar soco em ponta de faca. De repente uma saída do treinador é melhor, cria um ânimo novo, um ambiente novo, para de tomar gol em cima da hora e sai o culpado das coisas. Em cima disso que estou falando. Não gosto de perder, estou revoltado, mais do que vocês podem imaginar, mas a gente tem que ter autocontrole“, disse o treinador.
A entrevista aconteceu durante a invasão de um grupo de torcedores na parte interna da Ligga Arena, que dá acesso ao vestiário rubro-negro e às salas de entrevista coletiva.
Cuca rebate torcida do Athletico
Após gols sofridos em bolas paradas nos acréscimos do segundo tempo por três jogos consecutivos (Flamengo, Botafogo e Corinthians), Cuca mantém a avaliação da comissão como ‘fatalidades do futebol'.
“Jogar pressionado é difícil. Não pode, porque tomou três gols em cima da hora, ser vergonha. Podem ser 1.500 coisas, mas não é vergonha. Você está vendo seu time jogando bola, com raça, brio”, disparou.
Augusto Mafuz: Cuca é homem ou oportunista, covarde e traidor?
“Torcedor do Athletico que me desculpe. Quer ficar mais bravo comigo, me xingar mais? Pode xingar. Mas não é vergonha, não. Jogou bem e foi penalizado mais uma vez”, completou.
Outra alfinetada de Cuca para a torcida foi a entrada do atacante Julimar, que desagrada boa parte dos rubro-negros.
“O Matheuzinho [lateral do Corinthians] estava apoiando, então você defende. É uma coisa tão fácil de ser analisada. Essas coisas vão passando para o torcedor e o torcedor chama o treinador de burro. Mas não tem nada de burro. É uma coisa óbvia, uma coisa clara, que eu treino”, disparou.
Cuca cobra diretoria por elenco ‘mais forte'
Outro ponto que afeta a permanência de Cuca no Athletico é a questão de contratações. O treinador mira contratações de peso para o segundo semestre, mas o Furacão ainda não tem nenhum nome de peso na mira.
Cuca chegou a manifestar interesse pelos atacantes Gabigol, do Flamengo, e Rony, do Palmeiras. No entanto, o treinador esbarra na política salarial do Furacão.
“O Brasileiro é muito difícil. O Athletico tem a 14a folha do Brasil, com R$ 7 milhões. E disputa de mano a mano com Flamengo, Palmeiras, Botafogo, Fluminense, São Paulo. Bate de frente por que? Porque os guris são valentes, o trabalho é bom”, disse.
“Eu falei lá no começo que a gente tinha que fortalecer. O ano do centenário é complicado. Quando se vende a ideia de título, você tem que ter um elenco mais forte. O time nosso é muito bom. Aí na hora de fazer as trocas, que cansa um, tem que poupar, você vai manter o nível e quem sabe até melhorar”, disse Cuca.
Com a dúvida na continuidade do treinador, o Athletico vai se preparar para encarar o Cruzeiro pela 12ª rodada do Brasileirão. O duelo acontece na próxima quarta-feira (26), às 19h, no Mineirão, em Belo Horizonte.
Próximos jogos do Athletico
- 26/06, quarta-feira, às 19h – Cruzeiro x Athletico, no Mineirão, em Belo Horizonte
- 30/06, domingo, às 18h30 – Vitória x Athletico, no Barradão, em Salvador
- 03/07, quarta-feira, 21h30 – Athletico x São Paulo, na Ligga Arena, em Curitiba
- 07/07, domingo, às 18h30 – Atlético-GO x Athletico, no Antônio Accioly, em Goiânia