Cuca publica carta após saída do Athletico, rebate Petraglia e explica confusão no vestiário
Os bastidores do Athletico foram agitados no domingo (23) e na segunda-feira (24). Depois de o clube confirmar a saída de Cuca do comando técnico, o presidente Mario Celso Petraglia detonou o treinador e falou em traição em um longo texto publicado nas redes sociais.
Mesmo já tendo dado sua versão, mais cedo em entrevista à imprensa, o treinador voltou a se manifestar. Desta vez, no fim do dia, Cuca publicou uma carta rebatendo as declarações de Petraglia.
O mandatário do clube escreveu que o treinador teve "um comportamento descontrolado" nos vestiários após o empate com o Corinthians, mas Cuca respondeu iniciando o pronunciamento com "Vestiário é sagrado".
E prosseguiu: "Em décadas de futebol, aprendi que uma das funções de um comandante é proteger seu grupo de jogadores. Quando a temperatura está quente, meu papel é baixá-la. Ontem precisei interferir nesse sentido".
O ex-técnico ainda disse que os jogadores precisavam de acolhimento, não de cobranças naquele momento, agradeceu a oportunidade de comandar seu clube do coração no ano do centenário, e admitiu ter recebido outras propostas antes de assumir o Athletico. Além disso, também Cuca agradeceu torcida, jogadores e funcionários, antes de encerrar a carta com a famosa frase de Petraglia: "Como dizem os sábios: o tempo é o senhor da razão!".
Confira a carta completa de Cuca após a saída do Athletico
"Vestiário é sagrado
Em décadas de futebol, aprendi que uma das funções de um comandante é proteger seu grupo de jogadores. Quando a temperatura está quente, meu papel é baixá-la.
Ontem precisei interferir nesse sentido.
Jogadores arrasados que precisavam de acolhimento e não de mais cobranças e julgamento.
Quando entramos na roda de oração pós-jogo, com todos desolados, não era hora de se buscar culpados. Tentaram!
Me senti obrigado a assumir toda a responsabilidade e colocar meu cargo à diposição, como forma de resguardar o grupo.
Fui convidado para um projeto grandioso no ano do centenário do Clube, e não gostaria de ter deixado o trabalho antes do concluído.
O projeto sempre foi desenhado através de reuniões internas onde a comissão técnica pleiteou um grupo maior de jogadores, visto o tamanho da responsabilidade que tínhamos. Nenhuma demanda foi feita publicamente, apenas dentro do escopo dessas reuniões, onde sempre entendi as limitações orçamentárias do clube e por isso levei opções diversas.
Antes de assumir o Athletico eu recebi outras propostas de trabalho. Inclusive, meses antes, do próprio Clube. Eu serei sempre grato pela receptividade e apoio do torcedor. A relação até a oração de ontem era mutuamente equilibrada e respeitosa. Quando aceitei o convite, o fiz honrado e com um sonho de grandes conquistas. Conheci uma estrutura única mas contava com uma construção de grupo com ainda mais alternativas.
Agradeço mais uma vez a oportunidade de poder comandar meu time do coração. Estou muito triste, mas não poderia ter tomado qualquer decisão diferente naquele momento.
Obrigado, torcedor, pela paciência e voto de confiança.
Obrigado aos jogadores que me acolheram sempre muito bem, e com quem sempre tive ótima relação.
Agradeço aos funcionários do clube por tanta gentileza comigo em com minha comissão. Desejo sorte e vitórias ao furacão.
Como dizem os sábios: o tempo é o senhor da razão!
Cuca
25/06/2024".
+ Confira a tabela completa do Athletico no Brasileirão
Cuca explica o que aconteceu em vestiário após empate com o Corinthians
Em entrevista à Rádio Transamérica, na tarde desta terça-feira (25), o técnico Cuca também respondeu vários questionamentos e explicou o que aconteceu nos vestiários da Ligga Arena após o empate com o Corinthians.
De acordo com o treinador, o diretor Paulo Miranda discutiu com um jogador. Cuca foi questionado se o atleta era o capitão Thiago Heleno, mas não confirmou na resposta.
"Estava ocorrendo uma discussão entre o Paulo Miranda, que é uma excelente pessoa, que é do bem, que é cara bom e que é muito útil para o Athletico… Estava ocorrendo uma cobrança, o jogador retrucando e reclamando, e eu senti neste momento que ia desandar. Se você deixa desandar, você não é o comandante. Eu tomei as rédeas da situação", contou.